quarta-feira, 7 de maio de 2014

É a hora!


O desencanto floresceu no meu país!
O que foi sonho fundiu em pesadelo!
Calar mais tempo, era traição fazê-lo
Não sobrevive a árvore sem raiz!

O povo somos todos, nascidos em pátrio solo
Não apenas a turba, a plebe explorada,
Capacho dos senhores, que a querem conservada
E a adormecem com música de um só solo!

Neste antro de leões não pode haver cordeiros
Que façam ouvir o seu balir sereno!
Neste festim não come a vaca o feno
Enquanto houver a fava e o centeio!

O sol fica escondido e não aquece!
As palavras ficam mortas na garganta
-“O rei vai nu!”- Ninguém ousa dizer!

Contra a inércia, não nasce em ti a ira?!
Tira os teus pés da estrada da mentira!
Levanta-te e grita… e o dia há-de nascer!

Joaquim Carreira Tapadinhas - Montijo



3 comentários:

  1. De facto o desencanto floresceu no meu país, no nosso. Mas também temos sido muito complacentes até chegarmos a tal desencanto. Agora, estou certo, há mais gente do mesmo lado da barricada porque foi tocada em muitos privilégios que a turba não tinha.
    Com os bem dos outros eu também posso ter algum proveito, por isso não desejo mal a outrem, nem o invejo.

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    1. Tem toda a razão amigo José Amaral por isso parabéns pela sua justa visão do problema, mas cuidado com muita gente que acordou só agora, isto porque se fala muito em traição ao povo e aos idiais de abril, porém seria bom lembrar ao nosso povo alguns que ao longo dos últimos 39 anos foram dando "facadas" no socialismo e que depois o meteram na gaveta aliás, hoje já apenas se reclamam de social-democratas. Falam tanto em trabalho precário, mas não dizem quem o criou na forma de contratos a prazo, aparecem nos salões a falar em fascismo e falta de direitos humanos, e esquecem quem aprovou a "lei-barreto", e que á sombra dessa lei, a GNR assassinou a tiro ois trabalhadores da Reforma Agrária em 1979, esqueçem quem juntou a direita e o grande patronato para (disseram eles) partir a espinha á CGTP-Intersindical. Diz o amigo que agora está certo de que há mais gente do mesmo lado da barricada, acredito que sim. Mas haverá muito mais no dia em que a comunicação social deixar de esconder parte da nossa história recente, como por exemplo: o assassinato de dois operários, alegadamente pela polícia num 1º de maio , há uns anos, na cidade do Porto. E quem era nessa altura, o nosso 1º ministro?Por isso mais uma vêz cuidado, pois lá dizia a cantiga. " Cravo vermelho ao peito a todos cai bem/ sobretudo dá jeito/ a certos filhos da mãe." Por agora é tudo com um abraço do Arlindo.

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  2. Uma pequena, mas substantiva, correcção neste poema. Por uma questão de rima, no primeiro terceto, a palavra "aquece", deve ser substituída por "levanta". Obrigado.

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