Nas eleições autárquicas do
passado dia 1 de Outubro estavam inscritos menos 89571 portugueses do que em
2013, uma diminuição de perto de 1% (0,94).
Os distritos com menos inscritos
foram: Aveiro, uma diminuição de 1,2% (menos 7831); Braga, 0,27% (2152);
Bragança, 3,6% (5309); Beja, 4,2% (5595); Castelo Branco, 5,9% (10436); Coimbra,
2,2% (8880); Évora, 3,2% (4718); Guarda, 5,8% (9135); Leiria, 1,5% (6601);
Portalegre, 4,7% (4942); Santarém, 3,3% (13019); Viana do Castelo, 3,8% (9498);
Vila Real, 3,2% (7346); Viseu, 5,1% (18496); e na região autónoma da Madeira,
0,95% (2459).
Os distritos com mais inscritos
foram: Faro, um aumento de 0,16% (mais 6115); Lisboa, 0,46% (8970); Porto,
0,28% (4595); Setúbal, 0,67% (4922); e região autónoma dos Açores, 0,99%
(2244).
Em quatro anos, os distritos
indicados com menos inscritos, perderam 116417 eleitores. Os distritos que cresceram
no número de inscritos tiveram mais 26846 eleitores.
Os três distritos que perderam em
percentagem mais eleitores (pessoas) foram Castelo Branco (5,9%), Guarda (5,8%)
e Viseu (5,1%). Em número de pessoas foi o de Viseu que mais diminui, com menos
18496 inscritos.
Os trágicos e devastadores
incêndios do final da Primavera (17 de Junho) e do início do Outono (15 de
Outubro) ocorreram principalmente, nos distritos onde se verificou perda
significativa de eleitores/habitantes.
Apesar de muitas declarações,
intenções e o sacudir a água o capote, para português ver, o contínuo
despovoamento do interior do País e o abandono do mundo rural, não deixam de
estar ligados a quatro décadas de governos com orientação política de direita
(PS, PSD, com ou sem CDS), seguidos por muitas autarquias da mesma área
política, a que se juntam 30 anos de CEE/União Europeia e 15 anos de moeda
única (Euro).
Travar e inverter a
desertificação do interior do País, exige opções e o desenvolvimento de
políticas concretas, substancialmente diferentes do que se tem verificado até hoje.
Haja a coragem e a vontade de o fazer, que o PS e o seu governo não terão.
O que é notável nestas análises sobre problemas essenciais do país, é que nós, cidadãos, apenas atentos mas sem lugares de decisão, vejamos estes problemas e que quem tem responsabilidade de resolvê-los, antes pelo contrário, toma medidas para agravá-los. O terem fechado escolas, acabado com profissões essencilmente rurais, como cantoneiros, guarda-rios e guardas florestais e tantas outras medidas avulsas, contribuiram para a desertificação do interior do país. Decisões para remediar tais erros não parecem estar no ar. O problema não é de agora, mas a tendência tem sido sempre para se agravar. A incompetência e a corrupção entre os governantes entranhou-se já há dezenas de anos. É a vidinha portuga, no seu máximo esplendor!
ResponderEliminarUma excelente análise que põe o dedo nas feridas. E as feridas, tal como o companheiro Ernesto diz e prova,são os 30 anos de CEE/União Europeia e 15 anos de moeda única(Euro). São as opções da tróica nacional PS/PSD e CDS. Portanto, amigo Tapadinhas, não é apenas incompetência e corrupção, é, sobretudo, uma questão de opção. E como diz o Ernesto, vai continuar porque nem o PS a vai alterar. Há aqui companheiros muito críticos por vezes em relação às políticas que a estas desgraças conduzem como por exemplo o Zé Amaral(espero que aceite a critica amigo Zé!) mas depois dão corda e não zurzem(pelo menos o suficiente) nos seus autores. Neste caso, no PS. Faço referência ao PS porque é a área onde se situa. Não estou aqui a poupar a Direita. Esses ainda são muito piores mas estão bem identificados. Enquanto estivermos subordinados às imposições desta UE, não saímos da cepa torta. Não vejo que isso suceda ainda nos nossos dias. O povão vai continuar a ser condicionado e a votar mais ou menos como até aqui.
ResponderEliminarO problema está para resolver. Entrámos na CEE/União Europeia como uma solução de nos aproximarmos dos países mais desenvolvidos da Europa e entrámos no Euro, sem medir as consequências e as condições que nos foram propostas. Agora, para sair, é como desatar um nó cego. A Inglaterra, que nem entrou no Euro, para sair da UE, tem de indemnizar os parceiros numa soma astronómica, e vai levar 3 anos de negociações. O mal está feito e é como uma doença, o que é preciso é curá-lo e não adianta lamúrias, porque a realidade é o que é. Um abraço à "rapaziada" que luta por um mundo melhor.
EliminarMesmo com as limitações impostas por EU/euro, é possível fazer mais e preparar alternativas, desde que haja vontade política para tal. Veja-se que actual solução política governamental praticamente teve que ser imposta à UE/euro, que muito fizeram para a impedir.
ResponderEliminarPublicado no Jornal de Notícias de 22.11.2017, com o título «Coragem e vontade precisa-se» e com cortes, sobretudo nos números indicados nos distritos.
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