SERÁ ISTO EVOLUÍR ?
Os velhos
empresários do alvorecer do capitalismo, que criaram as grandes companhias que
ainda hoje dão cartas em todo o mundo e ostentam orgulhosamente o nome dos
criadores, fizeram fortuna de forma fácil, não apenas devido ao seu génio
empreendor, mas por serem pioneiros e disporem de milhões de miseráveis
dispostos a tudo por uma côdea.
E quando se
sonhava que, com o avanço científico e tecnológico e a democratização do ensino,
os povos cada vez mais livres e cultos poderiam também beneficiar - produzindo em melhores condições de higiene e
segurança - de mais tempo de lazer e de uma melhor repartição da riqueza
produzida, eis que a infernal máquina capitalista conseguiu subverter tudo,
criar novas e fictícias necessidades para poder continuar a dispor de milhões
de novos escravos, a quem pagam cada vez menos para poder continuar a ter cada
vez mais.
E não restam
muitas dúvidas de que tal estado de coisas se deve em grande parte à
promiscuidade da política com os negócios, em que o político é também empresário,
e vice-versa, e quando não o é não hesita em vender ao diabo a alma, a troco de
promessas que nunca se cumprem, sobrando para os povos cada vez menos meios de
sobrevivência digna.
E são oásis
no deserto aquelas companhias que se preocupam em criar para o pessoal bom
ambiente de trabalho, fazendo jus ao título “A good place to work”, apesar de
estar bem demonstrado ser essa uma boa forma de aumentar a produtividade, num
ambiente de confiança e respeito mútuo.
O
multifacetado empresário norte-americano Jeff Bezos, que ganha rios de dinheiro
no negócio dos livros – 107 biliões de dólares de facturação no ano passado –
viu a sua “Amazon” ser classificada, por um jornal com a prestígio de um New
York Times, um penoso lugar para trabalhar.
Num trabalho
de nove páginas assinado por Adam Lashinsky, a “Fortune” percorre a vida e obra
deste multimilionário de 52 anos, também dono do jornal “Washington Post” e da “Blue
Origin”, empresa que se prepara para empreender viagens de ida e volta ao
espaço, já para o próximo ano.
Ao ver
comparada a sua “Amazon” a um gulague soviético – “Amazon as only marginally
more pleasant than in a soviet gulag” – ; e um penoso lugar para trabalhar – “Amazon
had long been known as a miserable place to work” -; Bezos responde que aquele
artigo do NYT não retrata a “Amazon” que ele conhece: “The article doesn´t
depict the Amazon I know; Amazon intense culture is a strenhgt, not a weakness”..
E apesar de já
terem sido anunciadas melhorias no relacionamento humano, o articulista da “Fortune”
pergunta: “Did you realy expect Bezos to abandon the formula that got him here
?
Amândio G. Martins
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