sexta-feira, 2 de abril de 2021

Os bónus do vírus

O capitalismo não perdoa, mesmo em situações complicadas para a humanidade, põe sempre à frente os negócios e os milhões de lucros, com poucas ou nenhumas preocupações humanitárias. Ao mesmo tempo, que aproveita igualmente a situação, para pôr em causa liberdades, empregos e direitos laborais. A actual epidemia-covid não foge à regra. Bastaria referir os milhões e milhões de lucros das farmacêuticas, com as vacinas, testes (lentos e rápidos) e medicamentos para tratamento. Pode-se acrescentar os bons negócios de fabricantes de máscaras, a uber-entrega de refeições ao domicílio, os supermercados e outros que aproveitam a onda epidémica. As seguradoras também são beneficiadas, tendo em 2020, poupado 139 milhões de euros, com a diminuição da sinistralidade automóvel. A que somarão mais poupança na área de planos de reforma que deixam de pagar. Mas quem também recebe bónus do vírus (covid 19), através do seu ataque mortal, sobretudo aos mais idosos, é a Segurança Social ao deixar de pagar mais de 87 milhões de euros anuais em pensões de reforma, na base do valor da pensão média mensal de 406 euros (Instituto Nacional de estatística para 2019) e dos óbitos já registados em pessoas com mais de 65 anos. Uma folga que pode ajudar o governo/PS a ultrapassar a sua relutância em melhorar os apoios sociais aprovados na Assembleia da República. O ataque mortal do vírus aos mais idosos, correspondeu a preocupações manifestadas por alguns executivos e ideólogos do top-capitalista, como Christine Lagarde, actual presidente do Banco Central Europeu. Extrapolando os números nacionais para os óbitos na Europa (ultrapassam 1 milhão), mais de 8 mil e 700 milhões de euros deixarão de ser pagos em pensões.

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