Todos conhemos gente com cujo aspecto físico a natureza não foi muito generosa, mas são o que se costuma chamar “uma jóia de pessoa”, incapazes de fazer mal seja a quem for e sempre disponíveis para o bem comum, bem ao contrário de outras que, físicamente muito atraentes, são capazes das maiores atrocidades e difícilmente se mostram solidárias quando tudo à volta convoca as pessoas de boa vontade.
Vi ontem à noite, numa televisão espanhola, um interessante debate acerca do assédio que, nas prisões, as mulheres jovens exercem, em visitas pessoais e por carta, sobre indivíduos que cumprem pena pelos mais hediondos crimes, doidamente apaixonadas pela figura física que as televisões projectaram durante as peripécias da investigação, prisão e julgamento.
E foi demonstrado que muitas destas jovens, que se lhes declararam dizendo-lhes que acreditavam na sua inocência, não querendo saber dos factos provados, não eram parvinhas românticas com básica instrução, mas gente com formaturas e a exercer profissões de relevo social, sendo mostrado um caso em que a própria advogada do facínora se apaixonou por ele, casaram e acabou sendo assassinada.
Estiveram no dabate especialistas da área criminal, psicólogos forenses e psicanalistas tendo estes, dentre as “parafilias” abordadas, encaixado essas paixões femininas avassaladoras como “hibristofilia”, mas o que foi consensual é que só a complexidade da natureza humana pode explicar uma tal atracção pelo abismo...
Amândio G. Martins
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