Tempos houve, há menos de cinquenta anos, em que, com maior ou menor hipocrisia, os poderes instituídos por esse mundo fora tentavam transmitir à populaça uma certa percepção de concórdia universal e de que tudo se fazia para a atingir. No meio disso, não se evitavam episódios como o Vietname, efervescências diversas em países africanos, sul-americanos e do Médio Oriente, mas, para amenizar, lá apareciam os acordos para limitação de armas. Em pleno zénite da JMJ, com tanto fervor humanitário “à solta”, é triste constatar que o sentimento generalizado que hoje se transmite é o da retaliação. Coisas como o “dar a outra face”, só mesmo nas clausuras eclesiásticas e, mesmo assim, nunca fiando. Prefere-se a vendetta à siciliana, o “olho por olho”, subindo sempre o tom de voz e das ameaças. É ver a guerra da Ucrânia, os ricos dos lucros contra os pobres dos encargos bancários, a NATO contra o Oriente, as sanções e as contra-sanções, sempre cenários em que pontificam personalidades que juram tudo e mais alguma coisa sobre a Bíblia, o Corão, a Torá, ou qualquer outro livro sagrado que lhes ponham debaixo da palma da mão. Lérias!
Público - 02.08.2023
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