Oriundo de uma familia de actores muito estimada, Daniel Sancho não quis seguir essa carreira, tendo optado pela arte culinária, universo onde era apenas mais um entre tantos em Espanha, sem ter conseguido a notoriedade que decerto procurava; mesmo assim, conseguiu atraír para sócio de negócios um cirurgião colombiano, Edwin Arrieta, com quem há pouco combinou férias na Tailândia, onde se hospedaram num “resort” de luxo.
Só que se desentenderam e a coisa deu para o torto, acabando o colombiano, muito mais velho, assassinado a golpes de faca, cortado às postas e lançado ao mar em sacos de plástico; mas aquele Sancho deixou atrás tantas marcas do crime cometido que logo foi apanhado pela polícia que, com ajuda das câmaras onde ficaram registados os movimentos que lhe denunciam a premeditação do crime, como a compra dos sacos e do facalhão num supermercado, depressa recolheu provas altamente incriminatórias para o prender, a que juntou a recolha na praia dos sacos com os restos macabros e o telefone da vítima contendo ameaças.
Sabendo-se que na Tailândia, para tão hediondo crime, está reservada a pena de morte, e se ficar livre dessa pena, a alternativa não será muito melhor, dado o inferno que são as prisões naquele país, fazem-se debates nas televisões espanholas acerca da falta de rigor da polícia tailandesa na investigação, que até já libertou o local do crime - após benzeduras de purificação por monges budistas - quando em Espanha “ un escenário del crimen quedaria meses precintado”, sugerindo que as autoridades espanholas deveriam interferir no processo, para que ao menos possa cumprir em Espanha a pena que lhe venha a ser aplicada, além de que o rapaz até pode ser inocente, apesar da informação que diz ter este “inocente”, perante as evidências, confessado tudo, mas acusando a vítima de o ter acossado sexualmente e apenas se ter defendido, tendo a morte resultado de um acidente, que depois o desorientou para se desfazer do corpo...
Amândio G. Martins
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