Desde sempre tivemos por cá arquitectos famosos, cujas obras não ficavam baratas a quem os contratava, porque o prestígio que foram alcançando às tantas os transformava em mitos inacessíveis; todavia, tirando um, que se salientou mais pelo espavento do que pela arte do que riscava, e até protagonizou um escabroso escândalo sexual, não me lembro de mais nenhum que tivesse causado grandes polémicas por incumprimento do que lhe pagavam.
O mesmo já não aconteceu com o famoso espanhol Santiago Calatrava - que também cá deixou marca - que teve de abandonar o país, porque rara foi a obra que não desse escândalo, não só pelo orçamento, que chegava a triplicar o inicial, como pelos graves defeitos que pouco depois de inauguradas as suas obras revelavam, resultando em intermináveis processos, e quando questionavam os muitos prejudicados, alguns até de organismos oficiais, da razão por que não tinham escolhido outro arquitecto, os responsáveis invariavelmente respondiam: “Queríamos um Calatrava”.
De facto, o que neste fim-de-semana foi mostrado no canal La Sexta, no programa”Equipo de Investigación”, da jornalista Gloria Serra, foi um tal “calvário” de reclamações e chamadas do homem aos tribunais que faria supor que o nome Calatrava ficaria inutilizado para sempre como arquitecto; mas qual quê, o seu risco continua muito disputado por americanos e ingleses, alternando entre os dois países, e parece que com os mesmos problemas de incumprimento...
Amândio G. Martins
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