As cenas grotescas de que o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol foi protagonista, não só com o beijo na boca a uma jogadora, na tribuna de honra, mas esfregando ostensivamente os “cojones” - como se estivesse a festejar uma vitória de machos - na cara dos milhões de pessoas que assistiam, não deixarão de ser comentadas em termos negativos por tudo o que for gente decente, enquanto Luis Rubiales não se demitir ou for demitido, até porque não é a primeira vez que o sujeito é apontado por comportamentos irregulares, e embora sempre se tenha saído airosamente, o ambiente contra ele agora está tão pesado que até na recepção às vencedoras do Campeonato do Mundo, na Moncloa, Pedro Sánchez, depois de saudar uma a uma as atletas, com dois beijinhos sorridentes, o aperto de mão a Rubiales foi rápido e de cara fechada, numa clara demonstração de que se o fulano dependesse do Governo já não ocuparia aquele lugar.
Claro que para a grande parte da gente do futebol, predominantemente masculino, o que fez Rubiales nada tem de “malo”, assim como a corrupção, ou as violações que as “manadas” dos “encierros” cometem porque, para eles, se as raparigas não andam à procura de sexo não vão para ali; de facto, verifica-se que para grande número de espanhóis, os sujeitos que cometem tais actos não são criminosos, mas tidos como “muy listos” – muito espertos ou inteligentes.
Na corrupção foi flagrante o que fizeram a Pablo Casado que, tendo assumido a liderança de um PP enterrado nela de uma ponta à outra, a ponto de ter tentado vender a própria sede do partido – o que levou alguns comentadores a dizer que “mudar de sede para escapar do ónus da corrupção passada era como se Ali Babá, por mudar de caverna, não fosse responsável pelos actos dos quarenta ladrões” - onde tinham sido feitas obras de centenas de milhares de euros não declarados, pagas por empresários, ficou atento a tudo que pudessem ser irregularidades que lhe manchassem a liderança, mas quando quis matar à nascença os novos casos que vinham sendo denunciados na Comunidade de Madrid, a presidente desta Comunidade, Diaz Ayuso, desatou a gritar contra Casado e os “barões” todos correram a defendê-la, tendo substituído Casado por Feijóo que, apontado na recente campanha eleitoral como sendo amigo do famoso traficante de droga galego Marcial Dorado, mostrando fotos em que o político veraneava no iate do criminoso, Fijóo, com a maior cara de pau, “defendeu-se” que, naquele tempo, Dorado era “só” contrabandista...
Amândio G. Martins
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