Não é meu hábito protestar com o jornal para o qual envio um ou outro dos escritos que aqui publico, e não o farei agora, porque lá mandam eles, e se publicam, ou quando publicam, só a eles diz respeito porque, ao contrário do que alguns escrevedores crêem, o facto de lhes escrevermos para lá não os obriga a nada, estando eu convicto que aquele espaço posto ao dispor do leitor não será mais nem menos do que um acto de generosidade do jornal, embora também lhe possa ser útil para, através dos leitores, poder sentir o pulsar da sociedade acerca do seu trabalho.
Vem isto a propósito de um texto que para lá enviei logo a seguir ao 10 de junho, depois de o ter postado aqui, como sempre faço, a pretexto dos incidentes que alguns professores grevistas provocaram com o primeiro-ministro - acto que na altura causou alguma celeuma - e saíu publicado ontem; sei que não é caso inédito, porque me recordo de o administrador deste espaço ter relatado aqui um caso semelhante com um escrito seu que, enviado para lá no princípio do ano, o surpreenderam com a sua publicação por alturas do verão, ou coisa assim.
Entendo eu que isto pode ser o resultado do grande volume de material que para aquela página será dirigido, e como não é de crer que seja sempre a mesma pessoa escalada para fazer a respectiva edição - porque, no que me diz respeito, algumas vezes tem saido exactamente como o escrevi, e outras tão “mastigado” que lhe chegam a alterar o sentido - lhes possam perder o fio à meada, originando até a repetição de textos já publicados...
Amândio G. Martins
É exactamente como escreve. O espaço é do jornal, que, legitimamente, se reserva o direito de publicar ou não, e até de editar os textos que cada um, livremente e com conhecimento dessas condições, envia para lá.
ResponderEliminarO que mais me custa, porém, é o “mastiganço” a que se refere. Uma coisa é não concordar e não publicar; outra coisa é proceder à rectificação de pequenos erros, ortográficos ou outros, que todos cometemos (até os profissionais, para o que existiam os chamados revisores); outra coisa ainda é alterar a opinião alheia, sabendo-se que o texto do leitor traz, no fim, a sua assinatura. Passe a publicidade, e pelo que conheço, honra seja feita ao Público e ao Expresso que, neste domínio, não cometem tal desfaçatez.
Igualmente reprovável por parte de alguns jornais é a inserção da "carta" em momento completamente desfasado da realidade, ultrapassada esta, muitas vezes, pelo decurso de acontecimentos de que o autor, no momento em que escreveu, não poderia ter conhecimento. Foi, certamente, o que lhe aconteceu...
De facto, pode entender-se que cortem alguma coisa que lhes pareça redundante, até para repartir melhor o espaço, mas não deixa de ser intrigante se acrescentam, sobretudo quando confunde mais do que esclarece...
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