DESTAQUES DE AGOSTO
Os excessos do clima são destaque apenas por serem cada vez mais frequentes e intensos.
A nível nacional, destaque-se a Jornada Mundial da Juventude. Mais concretamente, as intervenções do Papa Francisco.
“ Olhando com grande afeto para a Europa, apetece perguntar-lhe: para onde navegas, se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo?
Para onde navegais, Europa, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar, os berços vazio?
Estamos a transformar as grandes reservas da vida em lixeiras de plástico.
As muitas dificuldades colocadas aos jovens, como a falta de trabalho, os ritmos frenéticos em que se vêm imersos, o aumento do custo de vida, a dificuldade de encontrar uma casa e, ainda mais preocupante, o medo de constituir família e trazer filhos ao mundo.
A boa política é chamada, hoje mais do que nunca, a corrigir os desequilíbrios económicos dum mercado que produz riquezas, mas não as distribui, empobrecendo de recursos e de certezas e ânimos.”
Francisco, tal como já nos habituou.
No documentário de Gianfranco Rosi, “A Viagem do Papa”, vemo-lo nas principais chagas do mundo a condenar a guerra. E nos EUA, o comércio das armas. “Imoral e vergonhoso”.
Como diz o meu amigo Jerónimo Jarmelo, autor de mais um grande romance, “Sete Cartas para Salomé, “Quem dera que a Igreja Católica pensasse e agisse como o Papa Francisco”.
Outro grande destaque, foram as Festas Populares de Corroios. O maior evento do género organizado por uma junta de freguesia. Um grande incentivo ao tecido empresarial da região, a centenas de comerciantes e artistas, ao Movimento Associativo. Um milhão de entradas. É obra!
Estão de parabéns o Executivo (CDU) da Junta de Freguesia e a Comissão de Festas, também pelo merecido e brilhante tributo a Carlos Paredes.
No plano internacional, Marcelo deslocou-se à Polónia e à Ucrânia para condecorar com o Colar da Ordem da Liberdade o homem que a reprime política e culturalmente. A guerra teria acabado ainda antes da invasão, se os acordos de Minsk tivessem sido cumpridos. Mas, como afirmaram Merkel e Hollande, serviram de compasso para armar a Ucrânia e causar o máximo de dificuldades à Rússia com as sanções. O Major-General Agostinho Costa, numa extensa entrevista aos académicos brasileiros Rogério Anitablian e Fábio Reis Viana, publicada nas redes sociais, diz que o objetivo último da guerra, seria a substituição do poder político em Moscovo e, se possível, o desmembramento da Federação Russa, tal como fizeram com a Jugoslávia.
Mas o grande destaque foi a Cimeira dos BRICS onde estiveram representantes de Estados que representam mais de 40% da população e cerca de 25% do PIB mundiais, e convidados. Entre os quais, o Secretário-geral da ONU. Falou-se não de guerra, mas de paz e cooperação.
O limiar da nova ordem mundial bem mais prometedora que a atual. Unipolar e com pretensões de hegemonia global mesmo pela força.
Francisco Ramalho
Publicado hoje no jornal "O SETUBALENSE"
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