Engasgados com a “G word”
Como chovia por estes lados, assisti a parte do debate do
Orçamento para o próximo ano, com o qual o Governo se prepara para o seu
terceiro exercício, na procura de levantar o país do marasmo e da miséria em
que a Direita o deixou.
E foi hilariante ver as cenas a que essa Direita se presta,
esbracejando e esperneando, na tentativa inútil de negar a evidência; de facto,
três orçamentos em três anos são a demonstração clara da competência e
seriedade de quem tem governado desta forma.
Como nunca cumpriram um objectivo, para além daquele que
decorre da sua filosofia – tirar aos pobres o mais que puderem para manter
satisfeitos os ricos – custa-lhes “engolir” um governo que cumpre o que promete,
que mostra ter a noção de que governar o país não é empobrecê-lo – “temos de
empobrecer”, assombrava aquele Coelho; “os portugueses estão pior mas o país
está melhor”, secundava um dos seus papagaios – porque um país é o seu povo, a
quem é preciso tratar com respeito e dignidade.
Apesar de tanto massacrarem as pessoas, tanta gente lançada
na miséria ao ponto de perder até a casa mas ser obrigada a continuar a pagá-la,
nunca cumpriram um orçamento para o ano, abusando do recurso aos “rectificativos”.
E agora, consolados com aquela designação cretina que um
pandego da sua área pôs a circular, que parece ser a única coisa que lhes resta
para se iludirem a combater o entendimento que lhe deu origem e os pôs a ganir,
na ténue esperança de o romperem, vão assistindo impotentes ao bom andamento
das coisas, apesar das “sabotagens” a que deitaram e deitam mão...
E nem as calamidades grotescamente aproveitadas lhes servirão
de grande coisa, porque a maior parte das pessoas sabe que, no tempo deles, nem
eram precisas outras calamidades. Eles eram a calamidade!
Amândio G. Martins
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