Só
quem não teve já um cão ou não tem um mínimo de sensibilidade,
desconhece a afetividade deste animal. Não é por acaso que é
considerado o melhor amigo do homem. Tive um onze anos, imaginem
quanto me custou a sua morte. Há quem diga que o gato não conhece
o dono. É mentira! Conhece e também é muito meigo e brincalhão.
Já tive dois e ainda tenho uma gata...
Do
alto da sua autoridade moral, uma das referências da humanidade,
Gandhi, afirmou: “ A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo
modo como os seus animais são tratados”. Na nossa, creio que esta
matéria se pode resumir assim: há uma minoria que os maltrata,
outra que os protege e a grande maioria que lhe é indiferente. E os
poderes públicos ( Governo e Autarquias) refletem isso mesmo. Se não
vejamos: segundo a reportagem do Jornal de Notícias de 30/10/17,
dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), só
entre Janeiro e Julho deste ano, em mais de metade dos canis/gatis
deste país que não têm condições para recolher e manter os cães
e gatos abandonados, foram abatidos 4848. Leram bem, 4848 !A
esmagadora maioria, animais saudáveis. 83% cães, 17% gatos. Toda
esta matança dos nossos amigos de 4 patas, apesar da Lei nº
27/2016, de 23 de Agosto, proibir a eutanásia de animais saudáveis
nos centros de recolha.
Os
municípios têm menos de um ano para cumprir a lei do abate zero e
metade não dispõe de uma resposta para o acolhimento e o tratamento
de animais errantes.
Existe
legislação que penaliza o abandono e outros maus tratos de animais,
mas isso não é fiscalizado.
Muito
mais haveria a dizer sobre esta matéria, acrescentar apenas, que
como em tantas outras, uma das principais medidas a implementar,
seria a prevenção. Penalização efetiva dos prevaricadores e
esterilização. Principalmente das colónias de gatos.
Um
aplauso ao JN pela excelente reportagem, e às organizações e
voluntários/as que se dedicam à proteção dos animais.
A
terminar, dizer que o Governo prepara um programa para auxiliar as
autarquias a dotarem-se das condições indispensáveis para o
cumprimento da Lei do Abate Zero. Portanto, estejamos atentos.
Imagino
alguns leitores/as a pensarem: “primeiro as pessoas”. Claro que
sim! Mas,e os animais? Não podemos e devemos tratá-los bem melhor?
Podemos!
Francisco
Ramalho
Corroios,
2 de Novembro de 2017
Tenho uma gata e ela conhece-me tão bem! :)
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