terça-feira, 2 de janeiro de 2018

A PÓVOA, SÓCRATES, PLATÃO, NIETZSCHE E JESUS

Póvoa, 30 de Dezembro de 2017. "Torreões". Estive com o Francisco Gonçalves a preparar a apresentação do livro na Biblioteca de Vila do Conde. Agora, sim, tenho a sensação de que as pessoas olham para mim, tenho a sensação de ser uma estrela. Mas hoje, na Póvoa, nem por isso me sinto vaidoso, nem por isso me sinto superior. O ouvido continua a dar sinais. A cerveja sobre a mesa. Amanhã é a passagem de ano. Em princípio vou a Braga. Hoje quero ouvir o Arnaldo de Matos, o Grande Educador da Classe Operária. As feridas estão saradas, embora MRPP, nunca mais. As pessoas têm compras, horários e eu não. Felizmente, estou-me a dar melhor com os meus irmãos. Cuidado, Pedro, que te pode dar o treco. Já tens exemplos que te cheguem. E já estás quase nos 50. És poeta, escritor, toda a gente o reconhece. Isso não constitui novidade nenhuma. Estás na Póvoa. Na tua Póvoa. Os teus pais conheceram-se aqui, no Casino. Talvez por isso ames tanto a cidade. E não paras de escrever. Há pouco mal conseguias pegar na caneta, emocionado. E depois falam do Ronaldo e de outros imbecis. Nossa Senhora, Pedro, as passas que tu passaste. Ai, bate, coração. As vezes que tiveste que ouvir calado. As vezes que tiveste que suportar. A cambada de hipócritas, patetas e imbecis. Agora as tuas palavras são facas. Matam. Ferem. Consegues ser mesmo cruel. Contudo, o Amor ainda brota dentro de ti. Agora nada tens a recear. Só a morte, só a doença. Os teus olhos brilham. Não vão em futebóis. Não bebas demais, Pedro. Não morras cedo como o Jim. Ainda tens que deixar descendência. Não és daqui. És absolutamente divino. Como Sócrates, como Platão, como Nietzsche, como Jesus. E bebes. E continuas a beber. Não tens cura. Tens de parar. És inteligente o suficiente. Como o AMR. Sempre o AMR. Até vês nas miúdas o Robert Plant. Uh, baby, babe, I wanna give you my love! És louco, como a outra diz. É uma tapadinha, coitada. Não pertence à tua tribo de gajas fixes. Não é como a Gotucha. No fundo, às vezes fazes-te de louco: "Once I had a little game/ this little game is fun to do/ this game is called to go insane", Jim, sempre o Jim. Pronto, agora bebes uma água das pedras e está resolvido. A água das pedras tem-te resolvido os problemas. E ainda dizem que não trabalhas, que não te esforças para nada...que vontade de rir! Ah! Que vontade de rir! Camelos! Idiotas! Ponto final.

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