segunda-feira, 19 de março de 2018


Robotizados para a competição...


Grande parte dos melhores alunos do ensino secundário não lê um livro, apenas resumos de algumas obras que constam do programa, e só se preocupam em ter nota alta para poder escolher o curso e a universidade; são os futuros líderes do país, robotizados por conta própria, enfim, os futuros “Barreiras Duarte”, que depois se atribuem qualidades que não resistem à mais pequena prova.

E é assim que, como qualquer dos muitos “analfabetos” que se conhecem, vão “tocando de ouvido” pela vida fora, com um discurso intragável, completamente desprovido de valor para a sociedade; e quando se dão ao desplante de escrever e tornar públicas as suas “elucubrações”, em que colocam questões e dão logo ali a resposta, fica-se na dúvida se aquilo é para rir, para chorar, chorar a rir ou rir a chorar...

Lê-se no JN que aqueles alunos estudam 15 horas por semana além do horário escolar, não valorizam outras actividades, indispensáveis para se enriquecerem humanamente, e revelam pouca criatividade, de acordo com um estudo elaborado pela Universidade do Minho em 490 escolas.

  “Muito por culpa dos rankings, a escola está a ser apenas uma certificação dos méritos académicos, mas a entrada na universidade não pode depender só dos exames e das notas – diz Leonor Torres, coordenadora do estudo que foi publicado em livro -  devendo cada curso exigir pré-requisitos”.

Há já muitos anos, andava Paulo Futre nos píncaros, uma jornalista perguntou-lhe, numa evidente provocação, se sabia quem era Saramago: -“Não faço a menor ideia- respondeu – diz-me tu quem é esse gajo”; mas até os futebolistas  procuram hoje cultivar-se um pouco mais, o que já se vai percebendo no discurso de muitos deles...


Amândio G. Martins



1 comentário:

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