Incêndio Junho 2017-
não façam da actual ministra o bode-expiatório
Todo um acumular de décadas, em que se foi insistindo e
persistindo em “atitudes” que têm vindo a “ajudar” o País a arder, não vai ter
“que ter” agora como bode-expiatório a actual ministra da Administração
Interna, para “lavagem de consciências de tantos e tantas”.
Seria o mais fácil e o mais simples, ilibar de
responsabilidades e passar culpas de todos e todas que tiveram
“comprometimentos” anteriores e que talvez não tivessem feito em devido tempo o
que fosse indispensável, fazer.
Depois de durante dias e dias, de manhã, à tarde e à noite,
todas, mas mesmo todas as televisões estarem em directo e a cores a passar
imagens dos locais do incêndio de Pedrógão Grande, com “pivots” nos locais que
não são os mais indicados para lá estar, com comentadores nos estudos dos mais
variados, e em permanência.
E em simultâneo, repetindo as mais tenebrosas imagens, os
desabafos de pessoas em aflição, tudo, tudo até à exaustão, a emoção toma conta
de todos e de todas e a racionalidade desaparece.
Não esquecendo que para além do que muito “desgraçadamente”
aconteceu em Pedrogão Grande, e no que tantos e tantas gostam de até ao exagero
de apelidar de “Estrada da Morte”, há mais vida, quer no nosso País – que não
só futebóis, estes sempre presentes, aconteça o que acontecer – quer pelo
Mundo, que parece que passou a um estádio que deixarmos de ter que saber, que
existem.
De repente o nosso País, e com o máximo respeito devido
pelas mortes e sofrimento de tantos nossos concidadãos, não se deveria deixar
tomar pela emoção e esquecer que há mais País, há mais mundo, há mais de tudo.
E, como todos gostamos de atirar as culpas para “alguém”
para ficarmos “aliviados” e passar responsabilidades – uma vez que somos todos
humanos e todos vamos errando vida fora – agora o “alvo a abater “e com toda a
força é a actual ministra da Administração Interna.
E, como não queremos ter memória, que hoje tem pouco mais
que a semana passada, já nos conseguimos esquecer que no anterior Governo, algo
de muito grave aconteceu com o ministro que ocupou o lugar da actual ministra
na Administração Interna, que não se demitia e virou “arguido”, e não terá sido
por incêndios.
Por certo, se quisermos ir recuando, recuando, se quisermos
racionalmente constactar que muito foi por todos menos bem feito ou ficou por
fazer, não se iria esperar que a actual ministra da Administração Interna, em
dois anos fizesse o que não foi feito em décadas.
E não só no combate a incêndios, mas também em relação a
todas as Polícias que dependem do Ministério da Administração Interna, e se
fosse era uma “milagreira” e não uma ministra.
Haverá que, por quem de facto sabe, que não é de modo algum
quem isto escreve, não é, saber-se se o nosso País só deve ter Bombeiros
Sapadores, se temos eucaliptos a mais, se as bermas das ruas e estradas estão
demasiado descuidadas e são pasto a um cigarro aceso atirado por um passante,
se os aviões e helicópteros, servem.
E se não sabemos por nós, vamos aprender “lá fora” com quem
sabe e não necessitamos de criar comissões e mais comissões que estudam o que
outros bem melhor que nós, já fizeram e resolveram.
A roda já foi inventada há muito, não a temos que voltar a
engendrar, e à nossa medida!
Não é justo, não é humano, estar a querer fazer deste
gravíssimo incêndio um passa culpas de tudo o que deixou de ser feito em
décadas e queimar em lume activo a actual ministra da Administração Interna.
Ou é, e nunca mais, nada com princípio, meio e fim
resolveremos, neste País, no que quer que seja.
Quem isto escreve só sabe da que esta senhora ministra o é,
pelo que vai lendo desde que que ocupa o cargo. Só! Mas! Tenta pensar por si!
Augusto Küttner
Junho 2017
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