A história que nos conta Ricardo J. Rodrigues, e que a revista Notícias Magazine, de 18 de Junho, nos oferece, parece tirada de um qualquer romance, de uma realidade feita de tantas emoções e de uma vida cheia de realismo, onde o enredo de toda a história é demais fascinante e puro, em redor daquela “bebé”, hoje mulher feita e mãe de família, se misturam, com tantas “cenas”, tiradas de um qualquer roteiro feito de propósito e á medida, para aquela única personagem, real, comovente, toda a sua história envolvente, de vida desde, que aquele grupo de militares portugueses em serviço em terras de Angola, souberam dar carinho aquele “bebé”, e no bom sentido, trouxeram-na para Portugal. Quantos casos mais haverá, quase iguais, a este? Muitos, decerto. Estava-se no ano de 1965, ano em que fervilhava o terror de uma guerra injusta, para ambos os povos, digo eu, e, por vezes, nalguns dias de maior nostalgia, daquela guerra? Claro que não, provavelmente uma nostalgia sem nexo ou um tanto bacoca, mas “quiçá” somente pelo verdejante cenário e o cheiro daquela terra barreta, tudo isto, porque infelizmente estive lá, e, para que? E, aqueles bravos camaradas, souberem adoptar e acarinhar aquela menina, na altura com os seus tenros dois anos de idade, e trouxeram-na para a chamada civilização, ”roubando”, aquele pequeno ser, frágil, desprotegida e inocente, ao seu meio natural, à sua terra amada e ao convívio dos seus familiares, e nunca foi esquecida por Isabel Batata Doce, que a sua terra, amada de seu nome Angola, estava lá esperando por ela. Foram precisos 52 anos, como nos descreve o autor desta peça, para o círculo se ter fechado, e aquele “bebé”, ter voltado comovidamente à sua terra natal, para o convívio dos seus. Toda a realidade desta história e desta personagem, decerto que podia dar um belo livro…que tem um final extremamente muito feliz. Que bela história de persistência desta mulher.
(Texto-opinião, publicado na Revista Notícias Magazine Nrº. 1309 de 25 de Junho de 2017)
MÁRIO DA SILVA JESUS
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