Vivi
com uma professora primária. Ou, como se diz agora, do ensino
básico. Quando juntámos os trapinhos, já lá vão uns anitos, eu,
como bancário, ganhava mais do que ela. Hoje, ganha ela, bastante
mais que eu. Quero com isto dizer que ela ganha muito? De maneira
nenhuma! Até ser colocada numa escola fixa, teve que andar com a
casa às costas de um lado para o outro. A morar no concelho do
Seixal e com dois filhos pequenos, chegou a trabalhar nos concelhos
de Alcácer-do-Sal e Grândola. Para além de aturar os meninos e
meninas, como lhe competia , tinha ainda, muitas vezes, de aturar os
pais deles. Além destas dificuldades específicas, a profissão de
professor, é muito nobre. Dela depende, em grande parte, a formação
dos homens e mulheres de amanhã. Portanto, o professor, deve ser
respeitado e motivado.
No
passado dia 19 de Maio, houve uma manifestação de professores em
Lisboa que, pela sua dimensão, parecia a do 25 de Abril. Calculou-se
em 50 mil. Mesmo assim, apesar da grandiosidade, passou aí nas
televisões, como cão por vinha vindimada. Não conheço, ao
pormenor, os motivos que levaram os docentes, mais uma vez, a
demonstrar o seu espírito de unidade e luta que persiste, a dar mais
esta “lição” a outros sectores do mundo do trabalho. Mas, com
certeza, são razões bem justas e pertinentes.
Voltando
à vaca fria, que é como quem diz, à comparação da minha vida
profissional com a da minha ex, convém destacar aqui um”pormenor”;
é que ela, e a classe a que pertence, têm, ao longo dos anos,
eleito gente para os representar que não transige, gente que se bate
por aquilo que é justo, sem cedências. Gente que, para não
empregar aqui o adjetivo que estão a pensar, direi que não
dececiona. Ao passo que os bancários, apesar de, para além de
outros dois, pertencerem a um dos mais poderosos sindicatos deste
país; o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, têm, como
demonstro no exemplo acima ( e há outros) marcado passo há muitos
anos.
Termino
com outro “pormenor”. É que, os sindicatos dos bancários, são
o principal suporte da UGT…
Francisco
Ramalho
Corroios,
12 de Julho de 2018
PS-
Escrevi este texto para ser publicado na próxima edição
(terça-feira, 24) do semanário onde colaboro, “O Seixalense”.
Decidi substitui-lo por outro, referente a um recente evento que teve
lugar em Corroios. Uma justa homenagem onde participaram, num
belíssimo espetáculo, muitos artistas da nossa terra. Sobretudo,
jovens. Uma popular e oportuna iniciativa da Junta de Freguesia de
Corroios.
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