Como
se sabe, os aficionados, os auto denominados amigos dos touros, têm
diversos argumentos para justificar as touradas. Que é uma arte, uma
tradição, uma industria, etc. Mas o argumento que consideram
irrefutável, demolidor, definitivo, é o de que se não existissem
corridas de touros, pura e simplesmente, não se justificava a
existência do touro bravo. Segundo eles, é que o touro bravo,
demora muito mais tempo a atingir a sua plenitude e, ao contrário
das outras raças da sua espécie, não se dá em cativeiro.
Portanto, em termos económicos, não se justificava a sua criação.
Em
parte, até têm razão. Mas, há outro argumento que anula este,
por completo. E os entendidos, obviamente, silenciam-no. Os
ignorantes, logicamente, também não o evocam.
É
que, também ao contrário, das outras raças desta espécie, o touro
bravo, dá-se, vive, perfeitamente na charneca. Bastando-lhe a
escassa vegetação, incluindo o mato, das suas terras pobres. E
depois, para a engorda, apenas algum tempo na lezíria, ou um
suplemento alimentar. E assim, este belíssimo e nobre animal, pode
competir em termos económicos. Acrescendo ainda que a sua carne é
mais saborosa.
Aqui
chegados, parece que já estou a ouvir os amantes da “Arte” de
Marialva, ou seja, deste espetáculo bárbaro e primário: “afinal
eles também gostam de bife! E para isso não têm que matar os
touros?” Pois é! Mas é que há uma diferença abissal entre
matar-se o animal e, devendo sê-lo, com um mínimo de sofrimento,
com anestesia prévia, para consumo, ou massacrá-lo na arena e nos
curros, para gáudio dos aficionados.
Quase
a terminar, referir mais este pormenor tão desconhecido: antes da
lide, manietado nos curros, completamente à mercê dos seus
“amigos”, para aumentar a sua agressividade, o touro é fria e
impiedosamente espicaçado com aguilhões de aço.
Finalmente,
dizer que sou natural de um concelho bem aficionado (Alcácer-do-Sal)
, e vivi noutro ainda mais, (Coruche). Portanto, “naturalmente”
fui aficionado. Mas, felizmente, evolui. Só fica bem a quem também
faça este percurso.
Francisco
Ramalho
Corroios,
8 de Julho de 2018
Aquelas vestes e aqueles gestos efeminados do toureiro, deixam-me sérias dúvidas sobre a sua tão apregoada masculinidade.
ResponderEliminarNota: perante tamanha crueldade do "artista", não considero isto, um insulto.
Há um espectáculo a decorrer por estes dias em Espanha - festas de San Fermin - que não me repugna nada; os animais são largados num espaço aberto ao público que queira participar, correndo pela rua homens e animais lado a lado, sem qualquer truque em prejuízo dos animais. Aqui, em Ponte de Lima, também fazem uma brincadeira parecida, embora com um só animal, o que não passa duma anedota, comparando com San Fermin...
ResponderEliminarPois... mas como sabe, aquilo termina na arena, onde os "artistas" os esperam para os massacrar. Por isso aquilo que deveria ser uma garraiada bem divertida, não passa de antecâmara da morte.
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