Desassombradamente...
Gosto de ver o programa GPS, da CNN, da responsabilidade do
jornalista Fareed Zakaria, que a RTP Notícias costuma transmitir, umas vezes
altas horas da noite, que não me permite ver; outras aos domingos ao fim da
tarde. Neste programa, que conta sempre com personalidades de todos os
quadrantes, políticos e geográficos, não há “papas na língua” para se dizer o
que é importante ser dito e, no mais recente que vi, fiquei deliciado.
Posta a questão a uma jornalista americana do que pensava do
comportamento recente do presidente com a chanceler alemã e com a chefe do
governo inglês, diz a senhora: o que vimos sobressair aí em Trump foi o seu
lado misógino; fiquei com pena que as senhoras não estivessem em posição que
lhes permitisse partirem-lhe o nariz.
Perguntada sobre a diferente postura de Trump com os lideres
democratas do mundo, em favor dos autocratas, respondeu: o que temos visto é
que mostra grande admiração pelos chamados “homens fortes” – Putin, Duterte,
Orban, Erdogan – mas ele mesmo não é um homem forte, não passa de um vulgar
vigarista!
Perguntado a um antigo diplomata russo do tempo da URSS, que
diferenças qualitativas observava na Rússia de hoje, no relacionamento com
outros povos, respondeu assim: no antigo regime o slogan era “proletários de todo
o mundo uní-vos”; agora substituíu-se “proletários” por “autocratas”.
Vi, ouvi e fiquei de “alma lavada”; mas também fiqui a
pensar no que teria acontecido a uma jornalista russa que, numa televisão russa,
tivesse dito de Putin o que aquela jornalista americana disse do seu presidente...
Amândio G- Martins
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