Pessoas minhas Amigas, com muita paciência, explicam-me as coisas que eu não entendo e que continuo a pedir explicações. O problema é que, apesar de muitos pormenores de várias fontes eu continuo na mesma.
Por exemplo: de onde vem o dinheiro que todos os dias é dado nos programas das TV’s e muitas vezes acompanhado de carros. As pessoas são convidadas a telefonar para um número indicado mas continuo a não acreditar que haja milhões de pessoas a ligar e que desse dinheiro as operadoras telefónicas tenham um excesso que cubra aquela distribuição diária.
Também porquê os supermercados continuam a mudar os preços todas as semanas. São quantidades de papeis distribuídos nas caixas do correio que nos vão indicando descontos e mais descontos, com cartão ou em promoção muitas vezes de produtos supérfluos que chegam de lonjuras do mundo.
E os meus amigos continuam a explicar-me que é o marketing, que estamos inseridos numa rede internacional de comércio mas depois fico a pensar nos nossos produtos, por exemplo frutas e legumes que ficam lá longe nas nossas aldeias por falta de transportes que os tragam até às cidades e ao litoral.
E fico também a pensar na quantidade de papel, tintas e outros produtos gastos na tal divulgação semanal que podiam ser para ajudar tantas crianças que por esse mundo fora continuam à espera de materiais escolares.
Eu sei que estou sempre a dizer a mesma coisa como por exemplo porque é que os Correios não promovem campanhas frequentes de recebimento de livros e não fazem o seu envio para Países de língua português?
Porque é que os membros eleitos nas Assembleias autárquicas não têm a necessária formação dos vários procedimentos e muitas vezes em plena sessão mostrarem a sua ignorância dizendo alto que não conhecem os sítios mencionados, como se procede à admissão de propostas, etc.?
Porque é que a TV estatal – pelo menos – não é obrigada a dar tempo de antena para acompanhar feitos desportivos – como os Jogos do Mediterrâneo onde tantos jovens trouxeram medalhas? Não haverá mais nada do que o futebol?
E porque é que nunca mais é erradicada a precariedade laboral, a exploração nos call-centers, a obrigatoriedade de horários humanizados para assegurar uma autonomia económica e social às Famílias pilares fundamentais da nossa sociedade? Temos de fixar os portugueses neste País à beira-mar plantado, assegurar emprego e vencimentos justos para que as nossas crianças cresçam em segurança, com esperança de futuros consolidados.
Muito pode ser feito, muito tem de ser feito pelo futuro das nossas Crianças.
Maria Clotilde Moreira
Jornal Costa do Sol - 11.07.2018
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