sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Ainda sobre a Questão de Olivença

Mapa da localização e freguesias do Concelho de Olivença
O Tratado dos Limites ou Tratado de Lisboa (1864) foi firmado entre as duas monarquias da Península Ibérica – Portugal e Espanha – em 29/9/1864, pelo qual se fixaram definitivamente – mas só em parte – as fronteiras ainda hoje vigentes entre Portugal e Espanha, desde a foz do Rio Minho até à confluência da Ribeira do Caia com o Rio Guadiana.
Os marcos fronteiriços daí até à foz do Odiana ficaram por assinar em virtude de Portugal não reconhecer a ocupação espanhola do município de Olivença, parte integrante do distrito de Évora.
Mais importa frisar que pelo Congresso/Tratado de Viena de 1815, a Espanha subscrevendo o diploma em 1817 reconheceu a soberania portuguesa sobre Olivença, comprometendo-se à retrocessão do território por si usurpado o mais prontamente possível.
No entanto, tal nunca chegou a acontecer até ao dia de hoje, decorridos dois séculos, sem que as autoridades portuguesas tenham feito qualquer pressão no sentido de se restabelecer o que fora acordado e reconhecido internacionalmente.

Nota: este texto veio publicado nos Jornais DESTAK e PÚBLICO de 6/11

José Amaral

5 comentários:

  1. Eu já estive em Olivença, para completar uma tese sobre o Alentejo, e não verifiquei que houvesse qualquer movimento para que esta vila voltasse a pertencer a Portugal. Antes pelo contrário, dado que o seu nível de vida, comparado com as vilas portuguesas da raia, é muito melhor. Julgo que o desejo, de que esta terra seja portuguesa, é alimentado, em Portugal, pelos Amigos de Olivença, mas não tem reflexo local suficiente.

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    1. Como é lógico, concordo mais uma vez com o senhor Joaquim Tapadinhas pois as suas conclusões são muito semelhantes às minhas e a todas as pessoas que têm os pés bem assentes no chão e os neurónios a funcionar, isto claro, sem querer dizer que quem pensa de outra forma não tenha razão até um certo ponto. A carta que aproveito para aqui juntar novamente foi publicada em Janeiro do corrente ano em todos os jornais mas infelizmente um dirigente do GAO sentiu-se ofendido e fez publicar no EXPRESSO um esclarecimento defendendo-se dizendo que os “A.O.” não desejam a morte de ninguém. Claro está que a GAO pelo punho dum professor universitário podem muito e assim sendo, o EXPRESSO para além de não me publicar os meus comprovativos que provavam que o tal “A.O.” publicara um carta em vários jornais que terminava assim: “E morte àqueles que tudo calam e tudo consentem” e a quem faltou coragem para esclarecer o EXPRESSO, o GAO e dizer-me qualquer coisa. Assim, vi-me arrumado pelo EXPRESSO até, salvo erro, ao mês passado quando para meu espanto voltei a ser publicado.

      Patriotismo bacoco

      Apaixonado pelo Alentejo, sempre que para lá vou carregar baterias, aproveito para descobrir novos locais pelo seu interesse paisagístico, gastronómico ou histórico tendo por isso mesmo por diversas vezes necessidade em passar a fronteira. Um local que me fascina pela sua história, é Olivença e seus territórios adjacentes com imensas pegadas portuguesas. Espanha, ao não respeitar tratados que reconheceu e assinou, só pode ser condenada e criticada por tal atitude. No entanto, sempre que lá vou, e já fui várias vezes, não me limito a visitar monumentos e a tirar fotos às nossas marcas lá deixadas, e que são respeitada devendo ser exemplo para alguns, que por cá, com medo de fantasmas mas que a história não apagará, destruíram. Dedico sempre muito tempo a conversar com quem me cruzo e com o cuidado em não ferir susceptibilidades, encaminho a conversa para a velha questão de Olivença voltar ou não a ser portuguesa. E o que ouço? Dos mais idosos, o seguinte: não se importariam de voltarem a ser portugueses, mas sem perderem os direitos e regalias dadas por Espanha, que como se sabe são muito mais vantajosas que as nossas. Quanto aos mais novos, gostam muito dos portugueses, do nosso bacalao e das nossas francesinhas mas pensam o mesmo. Esta é a realidade nua e crua e que tenho que respeitar pois no seu lugar faria o mesmo. O que me entristece, é que quem se intitula "Amigo de Olivença" desejar a morte, como já li, a quem não pensa como eles mas outrora, eles próprios se tenham portado como "amigos da onça" quando ficamos ainda mais amputados. Da minha parte, não lhes desejo a morte, desejo isso sim, é que tenham muita vida. Desculpem, mas patriotismo bacoco, comigo não dá. Jorge Morais

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  2. Amigos, que muito prezo: Não querendo saber do nível de vida que se vive em Olivença, só Vos pergunto: o concelho de Olivença de quem é oficialmente tendo em conta os tratados e as convençãos internacionais?

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    1. Só agora vi o seu comentário e chamo-lhe a atenção que na minha carta refiro precisamente essa ilegalidade de Espanha. Aproveito para lembrar que nessa carta agora aqui novamente reproduzida assim como na explicação que a fiz anteceder, refiro outras "ilegalidades . . . " que para mim tiveram alguns "custos".

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  3. As matérias são de facto, e que se saiba, oficialmente, a República Portuguesa nunca reclamou a devolução de Olivença à posse de Portugal. Do mesmo modo, que as cidades que Portugal tinha em Marrocos, e que a Espanha nunca devolveu após a nossa independência, continuaram sob a autoridade espanhola. A história dos povos é o que é e nunca o que deveria(?) ter sido. Também considero muito o meu Amigo, assim como todos os que connosco convivem no blogue, mesmo que nem sempre, o que é saudável, estejamos de acordo.

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