Não sei por que carga de água, coincidência ou acaso, é que
um grupelho, na qualidade de colaboradores de têvê, são convidados a tecer
opiniões e análises sobre o que não sabem e desconhecem outro tanto. E coincidência
ou não, são na sua maioria gente bem nascida e tratada com desvelo farto,
desde a infância dourada e barriguda,
até à situação presente já com barriga flácida, e cheia de bóias. E por acaso
ou sina do destino, têm o mesmo nome ou apelido e servem os mesmos desígnios.
Nenhum se diz que é o que parece ou esconde ser. Eles chamam-se, Miguel,
Tavares, e só por uma desfeita baptismal qualquer, é que não são, Teles,
Vasconcellos, Menezes, Noronha, Albuquerque, Ataíde, e demais sobrenomes da
mesma família com tais armas pouco fiéis. Quem os ouve e lê, se não é surdo,
corre o risco de se imbecilizar. Eles são, o Miguel Sousa Tavares, o Miguel
Júdice, Miguel Esteves Cardoso, O João Miguel Tavares, e para respeitar a quota
feminina, ficar preenchida e variada, temos a Cândida Pinto, senhora de grande
sabedoria por muito viajada, atrás de reportagem grande. Todos eles expert´s em
matéria vasta, desde conflitos políticos caseiros, bélicos além fronteiras,
pactos transfronteiriços, acordos regimentais, declarações polémicas, e,
imaginem só, em Cultura de povos que reivindicam tornarem-se independentes. O
caso do povo catalão. Diz um Miguel tirado à sorte, que o líder legítimo da
Catalunha, e do Governo da Generalitat, Carles Puigdemont, fugiu e abandonou a
causa que abraça, assim que os neo-franquistas e espanholistas carregaram sobre
tais anseios seculares, ali por Barcelona. A Espanha, como se reconhece, ainda
não se livrou do regime bourbónico e da bárbara arena sanguínea, e por isso dá-se
bem com os Aznar, Rajoy, apostados num mimetismo de erdogans ardilosos e seus
antepassados. Mas dizem os espanholistas lusos e estrategas ibéricos ignorados,
craques em demagogia e no arroto, que prestam vassalagem fácil a quem os
recomenda e contrata, que Puigdemont, foi um falhanço táctico, na condução do
poder e do processo para a almejada Independência da Catalunha, e só não
explicam porque é que Portugal está na situação depauperada e dependente, bem
pior do que o país em luta velha e renovada dor, pela sua Llibertat, sendo eles gente de excelência, e de tão elevado
gabarito, mas mal aproveitados. Opinam com destreza maior e mais gaiteirice, do
que Juncker ou Tusk - que opinam, de que é à Espanha que cabe resolver e
decidir a embrulhada em que está metida - colocando-se de braço dado com a
extrema-direita do Estado coroado, sem que seja uma Nação indivisível, ainda. É
nossa opinião, pois a ela temos direito, de que até ao dia de hoje, Puigdemont,
desde a capital da Catalunha até Bruxelas, tem estado bem, com o calculismo que
a situação exige e aconselha, perante as ameaças que sobre ele e os
independentistas, pendem, que são as acusações feitas por Moncloa, tais como
acusações de rebelião, sedição e desvio de fundos - crimes previstos numa
Constituição matreira e cheia de grilhões. Em síntese, opinarei apenas (posso?),
de que o que querem para a Catalunha, os Miguéis supra referenciados, não é de
certeza o mesmo que querem os milhões de catalães, que se pronunciaram pela
Independência do seu solo, numas eleições, tipo, vota e foge!
*-(texto hoje publicdº no DN.madª- n/corrigido)
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