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sexta-feira, 2 de junho de 2017
7 comentários:
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Meu caro Amândio Martins (permita-me que continue a tratá-lo assim) foi uma surpresa vê-lo de volta com este tema. Mas é sempre bom "discutir" consigo. E começo por lhe dizer que acho que concordo consigo em que o título "O Erro de Descartes" possa ser um bocadinho "pretensioso". Mas já não concordo quanto ao A.Damásio querer uma "vitória". Muito menos de Pirro. Descartes foi e é uma figura ímpar e "eterna", o problema é... que o mundo "pula e avança e nada é imutável. E a tese do luso-americano é mais um elo nesse devir em que o saber se espraia e nós nele. Respeitemos o passado e avancemos no futuro. O nosso tempo é só o nosso tempo.
ResponderEliminarDito isto deixe-me contar-lhe uma coisa. Quando o "Erro de..." saíu, o autor veio a Lisboa fazer uma conferência na Gulbenkian e eu meti-me no carro e fui ouvi-lo. Na sala "à cunha" não se ouvi-a uma mosca e o homem falou durante uma hora, num português correctíssimo e explicando "por a+b" donde, experimentalmente, lhe saíu a tese do livro. A isto junto a noção da real complexidade ( de que o Amândio fala) do que tenho lido e observado, mormente numa séries de seminários que tenho frequentado por diletantismo intelectual, muitos deles na Universidade Católica, sobre o cérebro, as suas funcionalidades, a sua composição, etc. E digo-lhe... mais de metado do que julgava entender... foi-se! É um espanto de evolução no saber sobre o assunto!
Já muito perorei, perdoe-me o "arrazoado". Descartes é enorme, Damásio é grande, os tempos de um e outro são muito diferentes. Acho que nem o último quer vencer ninguém, nem o primeiro diria do segundo que ele o tentou conseguir. Neste nosso tempo sem eternidade ( pelo menos no meu caso), aprender num "continuum" é o meu dever e é isso que tento fazer... muitas vezes ( a maior parte, porventura) sem o conseguir.
É um gosto dialogar consigo "às escâncaras" nesta Voz da Girafa que se pretende uma "espécie de ágora", embora pequena.
Só lhe posso ficar grato pela paciência demonstrada...
ResponderEliminarGrato sou eu por esta conversa que, como lhe disse, tenho todo o prazer em ter. Bom fim de semana!
EliminarGrato sou eu, e aos dois de uma assentada. Por insuficiência minha, não me atrevo a cogitações nessas áreas, que me arrepiam quase tanto como pensar no espaço infinito. São coisas grandes demais para o meu cérebro, que não ultrapassa o instituto dos mistérios da existência. De facto, o cérebro a pensar-se a si próprio… é obra!
ResponderEliminarDe toda a maneira, a minha gratidão vai para o ânimo que a vossa discussão me despertou e, baixando um bocadinho a parada, que a mais não chego, ocorre-me perguntar: será que Descartes, se vivesse hoje, dispusesse das ferramentas actuais e do saber entretanto acumulado, não teria subscrito Damásio?
Já agora, pergunto: quanto não ganharia em sabedoria o mundo e a humanidade se Descartes e Damásio tivessem tido a possibilidade de se defrontarem vis-à-vis, “às escâncaras”?
É bom vê-lo "chegar", José! Pelo que disse é que eu falei dos "tempos diferentes". Realmente deveria ser óptimo ver esses dois génios conversar! Aí veríamos as "luzinhas" da emoção "damasiana" fazer o caminho até ao pensar "descartiano ( realmente o Amândio tem razão quando diz que não há contradição) e... nós agitar-nos-íamos mas mais ricos com certeza! E legaríamos aos vindouros a mesma curiosidade que às vezes "doi" mas é sempre preferível às ideias feitas para todo o sempre e, pior ainda,qu muitas vezes querem ser didácticas.
ResponderEliminarO que das palavras de ambos se infere é que da discussão nasce a luz... Mas se as pessoas estão de má-fé, não sabem ocupar o seu lugar e respeitar o dos outros, o que daí surge é quase sempre um montão de porcaria.
ResponderEliminarCito, com adaptação, o “Escrito na Pedra” do Público de hoje: tomar a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos é também (ocasional) vontade de se ser estúpido. Nietzsche.
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