sexta-feira, 31 de maio de 2019


Ainda o tema “abstenção”...


Deixa entender José Manuel Diogo, no JN, que se votar fosse proibido, explorando o nosso “espírito de contradição”, talvez o povo se revoltasse a exigir que o deixassem votar, resolvendo assim o sério problema da abstenção; embora seja um tanto arrevesada, a ideia faz algum sentido para quem conhece alguma coisa da nossa idiossincrasia.

Diz ele: “Estas eleições europeias envergonham toda a gente. Políticos, jornalistas, comentadores e o povo. A abstençao em Portugal, muito superior à média europeia, é inexplicável do ponto de vista da qualidade da democracia e diz pior ainda da nossa qualidade como cidadãos”.

“Se as eleiçoes fossem num dia de trabalho, em vez de num domingo cheio de sol, a abstenção vinha logo por aí abaixo; e se ir votar desse direito a um dia de folga, a abstenção descia para zero”!

Os custos para o país da perda de um dia de trabalho, em troca de uma votação em pleno – digo eu – talvez fosse um bom investimento, considerando a coisa pelo seu lado pragmático, embora deixasse uma triste imagem do nosso carácter como povo...


Amândio G. Martins

2 comentários:

  1. A imagem já está bem clara! Pelo menos havia ( em princípio! ) mais participação... Além de que não seria inédito a nível europeu um dia útil para escrutínio eleitoral 🤔🤔

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  2. A única coisa que "esta" taxa de abstenção trouxe de "bom" foi que começou a haver discussão sobre os significados que ela comporta e deixou de se considerar "neutra" ou, mais que isso, de se ver o abstencionista como um "activo cidadão que luta contra o sistema e os políticos". Agora a personalidade/carácter do indivíduo também está em causa, pelo efeito deletério que causa à vida social e democrática. Talvez alguns, táctica ou "ingenuamente", deixem de lhes chamar "amigos" e até lhes mostrem "respeito".

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