Fui
há dias ver o filme de James Kent, “O dia a Seguir”. O cenário
é a destruída cidade de Hamburgo poucos meses depois da vitória
dos aliados e ocupada pelas forças britânicas. Trata-se de um fiel
e impressionante retrato dos efeitos horrorosos da guerra. Com as
feridas ainda abertas, os ressentimentos à flor da pele e o ódio
recíproco entre vencedores e vencidos com os seus mortos ainda
quentes, com o pesadelo dos bombardeamentos, com as imagens dos
milhões de vítimas e dos poucos sobreviventes esqueléticos do
holocausto, da besta nazi, tão presentes.
Agora,
que fantasmas voltam a erguer-se um pouco por esta Europa então
dilacerada, este excelente filme, como exemplo, devia ser bem mais
publicitado e visto.
É
na guerra ou sob os efeitos dela, que a bestialidade humana mais se
evidencia. Mas é também quando os mais nobres sentimentos se
revelam. E é tudo isso, essa contraditória dualidade, no fundo, a
natureza humana, que este filme, com excelente trabalho de todo o
elenco de atores e atrizes, nomeadamente com as interpretações
sublimes dos principais protagonistas, Keira Knightley, Jason Clark e
Alexander Skarsgard, nos mostra.
Absolutamente
a não perder!
PS-
Na minha ultima crónica de terça-feira passada, “Palestina,
Testemunhos da Ignomínia”, por lapso, troquei o nome do atual
presidente da Câmara da Moita, Rui Garcia, pelo do seu antecessor,
João Lobo. A ambos e aos leitores, as minhas desculpas.
Francisco
Ramalho
Hoje em "O Setubalense"
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