“Copia verborum”...
A tendência para falar de tudo, como se de ser omnisciente
se tratasse, debitando de “ciência certa” bateladas de cretinice, é uma
conhecida característica dos adictos da asneira, que deliram só de ver o nome
em qualquer folheca , de que não se cansam de fazer alarde; metem dó, coitados,
mas é evidente que não conseguem viver sem aquilo, é-lhes tão vital como o ar
que respiram, e haja “saco” para os aturar. E o que está a dar agora são as
“medalhas” do Zé Berardo e os pequenos fragmentos de argamassa que se soltaram
da icónica ponte da Arrábida, de que os noticiários também induzem em erro o
vulgo.
No caso de Berardo, a
polémica de lhe serem retiradas ou não as comendas, que ele não terá pedido e
lhe foram atribuídas por feitos avaliados até àquele momento, mostra bem a facilidade com que gastamos
tempo com coisinhas sem a menor relevância; é que se a distinção premiava a sua actividade passada, o que se pode esperar
agora é que, pela actual, lhe não dêem prémio nenhum e o castiguem, se for o
caso, porque retirar ou não as medalhas não aquece nem arrefece, importante era
que pagasse o que deve, se é que deve.
Relativamente à ponte a caír aos pedaços – “Pedaços de betão
da Arrábida caíram na marginal”, diz-se no JN – é outro evidente disparate;
quando uma ponte ou qualquer outra construção é erigida, vemos aquela estrutura
de betão, constituída por um emaranhado de ferro específico embebido em cimento reforçado; toda aquela
estrutura é depois revestida com argamassa e pintura adequada ou outro
acabamento, não só para embelezar mas também para impedir que o oxigénio chegue
ao aço e o dilate, vulnerando, de facto, a segurança da construção.
Com o natural desgaste que o tempo e a trepidação provocam, a
certa altura pode acontecer que se descolem pedaços desse revestimento -
quantas vezes não vemos fachadas de edifícios a largar para a rua revestimento
cerâmico - sinal de que está a pedir obras de manutenção, sem que nada autorize
o alarmismo de que aquilo está a desmoronar-se...
Amândio G. Martins
Começo pela ponte. O que diz, ouvi-o também ao Prof. Eng. Adão e Silva, conhecido técnico no assunto, que até terminou com um "temos ponte para, pelo menos, mais cem anos". Ainda bem.
ResponderEliminarQuanto às comendas de Berardo, em si mesmas, também me estou um pouco "nas tintas" para elas, embora perceba que elas o obrigavam a condutas mais de acordo com quem as ostenta. No caso deste senhor, aí estou totalmente de acordo com o BE e o PCP quando dizem que o que é preciso é ir ver quem lhe deu os créditos e as razões porque lhos deu. Mormente depois de ouvir na AR o ex-presidente da comissão da análise riscos do Millenium dizer que nunca por lá passou qualquer pedido relativamente a Berardo...
Terão os comendadores isenção desses procedimentos ? Ou terão convenientemente desaparecido os documentos ?
EliminarEu apostaria na segunda hipótese... mais um momento alto do “ não sei de nada” , “nem conheço esse senhor “ 🙄🙄