Recentemente fui passar uns dias à Foz do Arelho, a casa de familiares.
Num dado momento apercebi-me duma senhora idosa, curvada, de bengala, que tentava, receosa, atravessar a rua. Num dia de semana, em Maio, logo ali no Paraíso, não se justificava tanto receio, pensei. Mas, pra lá iremos... aproximei-me e ofereci o meu braço protetor. Era muito velha, mesmo. Suspeitei estar na presença da "mulher mais velha do mundo".
Vamos, disse eu, forçando o arranque, não fosse de repente, aparecer um "paparazzi" a gritar: "olhem, lá vai ela, depressa, tragam a câmera e os holofotes". Chegados ao fim da viagem, agradeceu: thank you.
Nunca tivemos tantos estrangeiros a viver no nosso país. Esta paz celestial atrai gente de todo o mundo. O que, é bom, penso eu.
O que acho uma parvoíce irritante, é assistir constantemente os nossos políticos, na imprensa, em geral a martelarem-nos com: portugueses, portuguesas, blá, blá, blá...
Quem não é de cá, sente-se excluído, indesejado, marginalizado.
Sei do que estou a "falar". Vivi no Brasil em período de ditadura reacionária. Eram os tempos do "Brasil, ame-o ou deixe-o" (o slogan de inspiração nazi), de má memória.
José Valdigem
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