quinta-feira, 16 de maio de 2019


“Esto és un atraco”!...


A exploração do trabalho sem direitos, se os governos são da mesma estirpe de grande parte do empresariado, pode atingir valores verdadeiramente obscenos, como um estudo recente põs a nu em Espanha, concluindo-se haver mais de dois milhões e meio de horas extraordinárias não pagas por semana, sendo as principais vítimas as mulheres.

Na posse destes números, o governo de Pedro Sánchez deu às empresas, no início do ano, um prazo de três meses para que implementassem mecanismos credíveis do registo de todas as horas trabalhadas, respectivo pagamento e descontos legais em vigor; como se aproximavam eleições, e tinham esperança de que a direita ganhasse, os mal habituados “empreendedores” não ligaram a mínima.

Com o   descaramento de tal gente não tem limites, agora que começa a doer, dizem que a satisfação daquela exigência vai criar inúmeros problemas às empresas e desemprego; saindo em sua defesa, Pablo Casado, do PP, diz que os socialistas, se os deixarem, ainda acabam por colocar em cada trabalhador um código de barras, para que as empresas paguem cada passo que derem; e a sua candidata para a Comunidade de Madrid, Isabel Diaz Ayuso – jovem e ex-jornalista, imagine-se! -  diz esta coisa linda: “La mujer que me gusta es la que acaba de tener un niño y empieza pronto a trabajar, no a de la esquierda, que colectiviza los sentimientos”...


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Muito mal vai uma sociedade que se refere aos seus elementos nesses termos!
    A ideia do código de barras, mesmo que em sentido figurado, é de péssimo gosto- a memória é curta- basta lembrar que houve tempos de má memória em que seres (humanos ?) usaram, de facto , códigos numéricos para controlar outros seres humanos ...🤔
    Em relação à jovem, não só demonstra total falta de sensibilidade e empatia , como desconhecimento da lei espanhola de protecção da maternidade ( há um período OBRIGATÓRIO de licença materna após o parto de 6 semanas , seguido de outro de licença parental) . Ou seja “ la mujer que acaba de tener um nino y empieza pronto a trabajar”
    está a infringir a lei, e a entidade patronal que eventualmente a pressione a isso também !
    Por algum motivo será ex-jornalista , pois parece mal ( in) formada para exercer uma profissão de tanta nobreza e impacto 🙄

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  2. A rapariga foi jornalista até aceitar o convite para entrar na política, que por alguma razão lhe terá sido feito por quem foi, que mostrou tendência para convidar jornalistas, e foram vérios, que lhe eram simpáticos; mas já ouvi uma jornalista em funções, a quem "admoestava" por lhe fazer perguntas incómodas, lhe dar uma valente "ensaboadela"...

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