Fim de conversa...
...É o que normalmente se diz quando o palavreado chegou à “caca”;
todavia, os excrementos humanos têm muito que se lhes diga; de facto, no Japão
até acaba de ser criado o “Unko Museum”, o primeiro museu do “cocó” do mundo,
onde os visitantes - 10 mil só na primeira semana - podem brincar à vontade com
objectos em formato de “poia” humana, se calhar a querer minorar as saudades da
“fase anal”.
E lembro-me que o meu filho, numa idade em que já começava a
ser autónomo, recolhia-se por vezes a um canto reservado e “fazia” nos sapatos,
que depois escondia debaixo de um móvel qualquer e aparecia-nos descalço, nada
comprometido, e nunca revelava onde tinha escondido o “tesouro”; parece-me que,
sem que na altura tivéssemos percebido, estava a ser pioneiro desta ideia agora
posta em prática.
Sabemos que o contacto diário de cada um com os seus excrementos
é incontornável e é muito bom que isso possa acontecer diariamente, mas há
coisas bem mais agradáveis do que “atirar à cara” dos outros o que não deve
extravazar os locais respectivos para o seu escoamento.
E aqui veio-me à memória um episódio passado há muitos anos,
era ainda jovem, na terra do nosso colega Valdigem; tinha acabado de abrir ao público
um restaurante na saída para o Porto, à margem da Nacional 14, chamado Copa
Negra, e decidi almoçar lá um dia;
sentei-me ao balcão, coisa que fazia muitas vezes, quando os restaurantes
tinham esse serviço, e senti logo um intenso cheiro a lixívia, que verifiquei
vir dos pratos aí colocados.
Alertei o empregado, seguido também por outros clientes que
iam notando o mesmo, e o moço passou a “reclamação” para a cozinha, de onde
veio, em voz esganiçada e colérica, esta “explicação”: “Pois se lhes cheiram a
lixívia é sinal que estão lavados; se lhes cheirassem à “merda” não diziam nada!” O
rapaz corou, pediu-nos desculpa pela “descarga” da mulher e passou ele próprio
à nossa frente os pratos por água, que enxugou com um pano seco e seguimos
comendo, com alguns comentários bem humorados pelo meio...
Amândio G. Martins
Não deixa de ser sintomático que numa sociedade tecnológica “ de topo “ se sinta essa necessidade de “ retorno à infância, ou às origens” 🤔
ResponderEliminarPor outro lado , a preocupação levada ao extremo com a limpeza também pode querer dizer o mesmo ...
Pois, é assunto para psicanalistas...
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