Recentemente, o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, encontrou-se com um representante do Dalai Lama, o chefe de Estado (espiritual) do Tibete, uma região autónoma administrada pela China, que o considera ser um “perigoso separatista”. Pequim não tardou a protestar a “ilegitimidade” desse movimento diplomático.
Quase em simultâneo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês recebeu para conversações uma delegação de responsáveis dos talibans. Foi a vez de os EUA declararem a “ilegitimidade” de a China dar voz a tais interlocutores, considerados terroristas.
O modo de vida americano não pode ser comparado com o chinês e, aliás, a maioria dos cidadãos ocidentais, colocados perante a alternativa, não têm qualquer dúvida na escolha. Mas não deixa de ser curioso que as diplomacias de ambos os países se mimetizem desta maneira, não perdendo oportunidade de se “meterem na vida alheia”.
Expresso - 06.08.2021
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