quinta-feira, 5 de agosto de 2021

O MERECIDO PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA EM 2013 PARA OS QUE CONCEBERAM A “PARTÍCULA DE DEUS”

 Orivaldo Jorge de Araújo

Goiânia, 05 de agosto de 2021


Neste dia 5 de agosto no longínquo 2013, recebi uma notícia que muito me agradou: da possibilidade que dois dos mais consagrados cientistas, da área da física teórica voltada para partículas atômicas, estavam na iminência de serem agraciados com Prêmio Nobel. Fato que veio a ser confirmado em outubro daquele ano, por Staffan Normark, Secretário Permanente da academia Real das Ciências da Suécia em Estocolmo.

 O escocês Peter Ware Higgs e o belga François Englert foram premiados pela descoberta da partícula, denominada Bóson de Higgs, apelidada de "Partícula de Deus", que teria dado origem à massa de todas as demais partículas, como consequência a todo universo. 

Na apresentação dos laureados cientistas, a academia sueca recordou que em 1964, Higgs e Englert propuseram a teoria de forma independente um do outro.

Higgs atualmente com 92 anos é um físico teórico, professor emérito da Universidade de Edimburgo; a partícula levou o seu nome por ter sido ele o primeiro a iniciar os estudos a respeito do assunto (1960), discordando publicamente do apelido dado a ela de “Partícula de Deus”.

Englet com 88 anos, de origem judaica, professor emérito da Universidade de Bruxelas e da Escola de Física e Astronomia de Israel, trata-se de um sobrevivente do Holocausto. Seu trabalho nesta área foi elaborado com o então físico e professor em Bruxelas, Robert Brout.

Lembrando que Bóson, dentro da física teórica quântica, são partículas subatômicas dotadas de certa orientação (spin).  O nome Bóson é um derivativo do sobrenome, colocado   em homenagem ao consagrado cientista indiano Satyendra Nath Bose, por ter sido ele, o primeiro a caracterizar este tipo de elemento.

Tomei conhecimento da existência desta teoria, na década de 1980. Por ter sido um dos designados para preparação do edital visando a elaboração do EIA-RIMA (meio ambiente) dos rejeitos radiativos de Abadia de Goiás (por sinal, o primeiro no Brasil) e ainda do edital para construção da obra, tive que manter nesta época, contatos com vários cientistas da CNEN (Conselho Nacional de Energia Nuclear) e ouvir deles a existência desta teoria, confesso por ter formação em engenharia cível, que prima pela objetividade, achei na época, uma teoria bastante fantasiosa e irreal.

Esta premiação somente foi possível pela confirmação da existência desta partícula, na experiência que simula a explosão primordial que deu origem ao universo (Big-Bang), realizada em 04 de julho de 2012, no colossal acelerador de partículas (CERN - 27Km) na fronteira da França com a Suíça, considerado o complexo científico mais caro até hoje construído.

A ciência através de experimentos com equipamentos modernos como o CERN, citado acima, pôde comprovar realmente que o universo teve origem em uma grande explosão (Big-Bang) por volta de 14,5 bilhões anos, com a consequente também comprovação da existência de uma partícula elementar aglutinadora formadora da matéria que nos circunda, que desde 1964 já vinha sendo alvo de previsão teórica pela dupla de cientistas, presentemente agraciados pelo Premio Nobel.    

Para alguns religiosos que contestam o Big- Bang, vale lembrar que esta teoria agora comprovada, teve sua origem por mais paradoxal que possa parecer, em um fervoroso religioso  católico - trata-se  do belga Monsenhor Georges Henri Joseph Édouard, que além de sacerdote , era astrônomo e professor de física na Universidade Católica de Louvaina na Bélgica. Lembramos ainda, que esta teoria também tem sido atribuída ao astrônomo norte americano Edwin Hubble.

Com esta comprovação, o enigma da formação da matéria no universo, após a  explosão primordial, está explicada, ocorreu conforme a previsão teórica, ou seja, entre as partículas iniciais despojadas de massa e imensa velocidade, apareceu uma, não se sabe  de onde, que se imiscuiu  entre as demais, com produção de campos de origem eletromagnética,  que ao inibir a velocidade das outras, propiciou a criação de massa, por conseqüência a matéria que nos rodeia, por isto o apelido de “Partícula de Deus”.

A instabilidade da partícula demonstrada nos experimentos, se deve ao fato, em minha modesta opinião, que ao produzir matéria também se produziu a chamada antimatéria, que em quantidade igual se eliminam instantaneamente.

A matéria e antimatéria são conceitos antagônicos que se anulam, mas devido se ter um pouco mais de matéria no momento da formação, esta ao sobrepujar a outra, pode constituir hoje tudo que está visível no imenso universo.

      Não esquecendo ainda a possibilidade que em algum lugar muito remoto na periferia do universo, possa existir ainda, um resíduo de antimatéria, que está na espreita, esperando talvez o momento propício para eliminar a matéria, que a tinha sobrepujado no momento da criação.


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