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quarta-feira, 18 de agosto de 2021
uma medalha para os 100 anos de BAPTISTA PEREIRA... e jogos olímpicos
Baptista Pereira nasceu a 7 de Março de 1921, em Alhandra. Morreu em 22 de Junho de 1984.
Foi campeão nacional e internacional de natação, fez parte do quadro de honra dos 6 melhores nadadores do mundo, teve 150 vitórias incluindo a travessia do Canal da Mancha em 1954, batendo o recorde mundial da travessia. Um ano antes, 1953, tinha batido igualmente o recorde mundial da travessia do estreito de Gibraltar. Bateu também o recorde da Europa de longa distância e permanência na água, com 26 horas e 12 minutos e percorrendo 166 quilómetros.
Foi o melhor nadador português nos 200, 400 e 1500 metros durante 15 anos consecutivos. Dedicar-se-ia depois, sobretudo à natação de fundo nas travessias, no mar: como a da baía de Sesimbra que venceria e o percurso Peniche-Berlengas-Peniche que efectuou em mais de 4 horas; e fez mais de trinta travessias do rio Tejo, algumas a rondar os 30 minutos, outras de várias horas, como a de Alhandra-Lisboa-Cacilhas-Alfeite-Seixal, em mais de 12 horas
Baptista Pereira era filho de gente pobre, não aprendeu a ler nem a escrever e desde muito jovem teve que trabalhar em fábricas. O seu pai era pescador, e ao acompanhá-lo nasceu a sua grande ligação ao rio Tejo. Foi militante comunista, desde 1946, participando em lutas e na distribuição do jornal Avante, então clandestino. Foi perseguido pelo fascismo, que o impediu de competir durante vários anos e nunca teve apoios oficiais. Inspirou o escritor Soeiro Pereira Gomes, para o personagem de Gineto no seu livro «Esteiros». No passado mês de Março, numa iniciativa pública em Alhandra, o PCP assinalou o seu centenário.
…a propósito dos resultados dos jogos olímpicos de Tóquio que terminaram recentemente, é incompreensível o embandeirar do governo/PS e do seu ministro da Educação, quando Portugal ficou no 56.º lugar no ranking das medalhas. Portugal é dos países da União Europeia com o mais baixo número de praticantes e com menor investimento na prática desportiva. Não existe uma política desportiva nacional, a começar pelo desporto escolar. O desporto para todos, consagrado na Constituição da República, tem sido ignorado pelos sucessivos governos (PS, PSD, CDS). Muitos dos bons resultados e progressos conseguidos, resultam sobretudo de características naturais e esforço de atletas, dos seus clubes, treinadores e das próprias famílias.
Na natação nunca se conseguiu uma medalha olímpica, e só fomos a uma final, em 1984, com Alexandre Yokochi, nos jogos de Los Angeles, os mesmos onde Carlos Lopes conquistou a medalha de ouro na maratona.
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