quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Isto não é um… elogio da censura


As pandemias, os incêndios, as alterações climáticas, as crises económicas e financeiras, tudo serve para atear os fogos que muitos desejam para queimar os valores mais altos da democracia. Nos incitamentos à “ordem” (não se incluem aqui os criativos títulos do Miguel Esteves Cardoso, como o do seu “Ainda ontem”, no PÚBLICO de quarta-feira), alguns gostariam de estabelecer um estado autocrático e autoritário, onde cada um de nós, transformado em títere acéfalo, mas sempre um potencial criminoso, se movimente bem enquadrado no “livro de instruções” que um qualquer iluminado há-de escrever. Basta que tenha a força sufragada pelas massas e a queira utilizar, como fez Hitler. É assim, com lancinantes insinuações de que democracia é “desordem”, que os populistas deste mundo nos querem ludibriar. Que os veículos decentes de transmissão de ideias não contribuam para essa proliferação, é o que se deseja. Já bastam as incontroláveis redes sociais.


Público - 19.08.2021

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