domingo, 20 de novembro de 2022

"Cobranças populistas"

 

Quando em época de grandes dificuldades para muita gente menos abonada, vemos as empresas energéticas e a grande distribuição anunciar lucros desproporcionados, cuja fonte é o sacrifício dos seus clientes, o que é normal é esperar que parte daqueles lucros sejam redistribuídos, e a forma mais equilibrada será taxá-los, porque não é decente assistir-se a uns quantos encherem constantemente a burra à custa de quem não tem um mínimo de sobrevivência digna.

 

Todavia, os jornalistas que trabalham no mundo dos negócios tomam sempre as “dores” dos potentados económicos, chamando aos governantes, a quem cabe tomar medidas para proteger os mais fracos, tudo quanto lhes vem à cabeça, como faz habitualmente a directora do caderno do JN Dinheiro Vivo, Joana Petiz, sábado sim, sábado sim; de facto, é que nem o presidente da CIP, que há muito escreve na mesma página, alguma vez foi tão violento com as decisões do Governo.

 

Com o título “Com cobranças populistas se paga o socialismo”, o editorial que a senhora escreveu ontem é, todo ele, construído com a linguagem que a Direita mais “rância” usa diariamente, com expressões como “o populismo e a falta de vergonha não têm limites”, para diabolizar a programada taxa sobre os anunciados lucros excessivos, mas não explicando como é que as empresas pelas quais se dói, trabalhando com margens inferiores a 1%, como ela afirma, conseguem tão fabulosos lucros...

 

Amândio G. Martins

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