quarta-feira, 9 de novembro de 2022

O SILÊNCIO SOBRE O MUNDIAL DO CATAR

 


A FIFA já reconheceu que as obras efectuadas na construção de estádios e outras infraestruturas ligadas à realização do campeonato do mundo de futebol no Catar, ficaram marcadas pelo desrespeito pelos direitos humanos e laborais, por falta de direitos e condições de trabalho para os imigrantes, nomeadamente paquistaneses, indianos, nepaleses, bengalis, causando vários milhares de acidentes de trabalho e mais de 6700 mortos.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, informou igualmente que estarão em curso diligências para compensar as vítimas de acidentes de trabalho.

A decisão de atribuir a realização do mundial de futebol de 2022 ao Catar, em 2010, foi desde o início rodeada de críticas e polémicas, como a possível existência de corrupção na compra do voto de federações para que tal acontecesse. O presidente da FIFA na altura, Joseph Blatter, admite agora que a escolha do Catar foi um erro.

Por cá, tudo isto e muito mais, parece não incomodar o país do futebol e não merecer qualquer declaração ou comentário. O silêncio sobre o que aconteceu no Catar é praticamente unânime, desde dirigentes a protagonistas, de programas televisivos e radiofónicos a jornais desportivos.

Aliás, seguindo uma prática de nunca ou raramente ter uma palavra ou comentário, sobre as dificuldades e agravamento de condições de vida, que em várias ocasiões afectam muitos adeptos e simpatizantes do futebol que enchem estádios.

De resto, não admira, já que o «futebol profissional é um negócio e não um desporto…», como confirmou o presidente da Liga, Pedro Proença. E a  preocupação dum negócio é o lucro e não social.

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