sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Limpeza que tardava

 

No cumprimento da promessa de limpar os espaços de culto religioso de figuras do regime franquista, o actual Governo espanhol tinha intimado a Irmandade da Macarena, em Sevilha, em cuja basílica estava sepultado, no espaço frontal ao altar-mor, um monstro responsável por quarenta e cinco mil fuzilamentos -  entre os quais se presume estaria o poeta Federico Garcia Lorca -  para acertar com a família o local para onde queriam que fosse transladado, acto em que só esta seria autorizada a participar, para evitar as habituais provocações dos fascistas.

 

E assim foi feito, altas horas da noite, com escasso número de familiares do general Gonzalo Queipo de Llano y Sierra -  que assim se chamava o facínora – que mesmo assim não se pouparam de dar vivas à sanguinária figura, a que respondeu apenas a voz da representante das famílias das vítimas, Paqui Maqueda, do movimento “Nuestra Memória”, informada em cima da hora, com um bem alto “Honra e Glória às vítimas do fascismo”.

 

Amândio G. Martins

 

 

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