terça-feira, 15 de novembro de 2022

 DEVIA HAVER MAIS RESPEITO


Com o avanço da idade, e não me estou a considerar velho, passamos a dormir menos. E como não gosto de me deitar tarde, frequentemente, por volta das cinco, já estou acordado. Então, ponho-me a ouvir rádio. Mais precisamente, a primeira parte do Programa da Manhã da Antena1 que conta com a participação dos ouvintes, e é dirigida por um grande comunicador, o popular, Zé Candeias.

Ali se ouve quem prepara o dia para todos nós. Padeiros, pescadores, agricultores, mais à segunda-feira, professores que se deslocam para as escolas onde estão colocados, bombeiros, militares, trabalhadores da limpeza urbana, pessoal da Forças de Segurança, condutores, motoristas de táxi e muitos camionistas. Como eles dizem, do nacional e do internacional. Os homens e mulheres que abastecem todo o género de estabelecimentos e, sobretudo os camionistas do internacional, com os seus camiões de longo curso, abastecem o país.

Portanto, trabalhadores, como todos, aliás, que nos devem merecer todo o respeito. Mas, infelizmente, segundo os próprios, não é bem assim. As queixas são frequentes. Sobretudo das grandes superfícies comerciais e das áreas de serviço nas auto-estradas. Não lhes facilitam as descargas, chegam a esperar horas, e em coisas tão simples como a utilização de casas de banho ou para tomarem um simples mas reparador café.

A falta de respeito que é inaceitável nas relações humanas, é mais comum e inadmissível no mundo do trabalho. Não só as referidas, mas todas as profissões devem merecer todo o respeito, porque todas são dignas e indispensáveis.

Tivemos um bom exemplo do respeito que se deve ter por quem trabalha durante o tempo mais agudo da pandemia. Andámos com médicos, enfermeiros, técnicos de radiologia, auxiliares, etc. nas palminhas, mas depois, e ainda nem sequer o vírus nos largou de vez, acabaram-se os aplausos. O mesmo, com os bombeiros no verão por causa dos incêndios. Que são os soldados da paz, uns heróis e por aí fora. Acabam-se os fogos (agora cada vez durante menos tempo…) e mais ninguém se lembra dos bombeiros. E podíamos falar em tantas outros profissionais. Mais este exemplo; imaginem se os trabalhadores da higiene urbana parassem. Havia de ser bonito!

Conclusão, a cordialidade e o respeito devem ser, naturalmente, uma constante. Para além disso, no que diz respeito ao desempenho de todas as profissões, o principal respeito que se deve ter, é a compensação justa por esse desempenho. Por esse trabalho. E que haja trabalhadores suficientes em todas as funções para termos uma vida normal. Para sermos uma sociedade o mais justa e harmónica possível.

Na prática, tanto a nível nacional como um pouco por todo o mundo, o que é que vemos? Injustiças que se agravam e uma minoria cada vez mais ínfima acumulando maior riqueza.

Portanto, para além da cordialidade e do respeito, a unidade dos trabalhadores em torno de sindicatos e partidos políticos que os representem condignamente, é essencial para um mundo mais sustentável e justo.

Francisco Ramalho


Publicado hoje no jornal "O Setubalense"







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