segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Humanidade a menos

 

Quando era miudo ouvia os velhos da minha aldeia, perante qualquer situação de conflito, afirmar que um homem, com a vara e a razão valia por três; e era mesmo assim que procuravam meter na ordem qualquer um que tentasse saír da linha, quando a bem não fosse possível, nunca usando facas ou armas de fogo.

 

Vendo-se impossibilitado de continuar a colocar marionetas suas na governação da Ucrânia, o monstro russo inventou o pretexto do “nazismo” para invadir aquele país, mas não era uma invasão, porque o objectivo era justo; de facto, libertar o povo ucraniano e destruír o potencial bélico do seu governo “”fascista” era uma missão nobre, para o que contava ver as hordas por si comandadas recebidas de braços abertos pelos ucranianos.

 

Vendo que o tiro lhe saía pela  culatra, perante a força do patriotismo do povo invadido, e vendo o seu ridículo exército ser desbaratado a pontapé e à paulada, ao bandido está a dar imenso jeito o “general inverno”, que já venceu outras guerras, para o que tem potenciado a sua acção, destruindo tudo quanto possa servir de alento ao povo flagelado, esperando matá-los assim a todos à fome e ao frio, como um dia destes se vangloriou um dos da sua camarilha no Parlamento russo.

 

No seu discurso de encerramento do XXVI Congresso da Internacional Socialista, que se realizou em Madrid e de que será o próximo presidente, Pedro Sánchez enumerou os principais males que afectam hoje os povos, entre eles a fome, que é uma aberração, dado o desperdício diário propositado de milhões de toneladas de alimentos; e aludindo ao número de 8.000 milhões, que há pouco atingimos e alguns apontam como seres humanos a mais para os recursos que há, respondeu que não há seres humanos a mais, o que há é humanidade a menos...

 

Amândio G. Martins

 

 

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