A GUERRA.
Há muito que desisti de entender o conflito israelo-palestiniano. E muitos dos leitores perguntar-se-ão de imediato: de que lado é que este está? Pois ficarão desiludidos porque o que pretendo é discorrer sobre o flagelo da guerra. Entrei um dia num museu em Espanha e fui surpreendido pelas gravuras de Goya, a cujo conjunto ele chamou "Os desastres da guerra". Que evidenciam um comportamento humano que, pelos vistos, não mudou. A crueldade não tem medida nem fim e a lógica é a de "quanto pior melhor".
De ambos os lados deste conflito há uma maioria de pessoas como nós, que apenas querem levar tranquilamente a sua vida, trabalhar, ver crescer os filhos e estimar os amigos. Cujo bom senso (o bom senso resolveu 99% dos meus problemas) faria chegar rapidamente a um entendimento. O que não acontece porque aquela guerra não começou no Sábado passado e tem uma história que faz acontecer o presente e condiciona o futuro. Os civis israelitas foram vítimas de uma indizível crueldade e agora estamos a ver em directo na TV o que está a acontecer aos civis palestinianos. E no futuro próximo? Goya já respondeu a esta interrogação há mais de duzentos anos.
Mas a origem desta guerra, é bem fácil de entender. Ou não? Dava pano para mangas. A ocupação, massacre e humilhação há décadas. E a hipocrisia dos que apoiam. Está a desenhar-se o 2º holocausto. Os executantes são os descentes das vítimas do outro. Creio que ver um milhão de pessoas na perspetiva de morrer de fome ou alvo da metralha, perturba-nos. Ou não? Uma imensa vergonha para o mundo se não o impedir.
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