Há menos de trinta anos para cá, as gentes de todo o mundo, novos e velhos, até daquelas zonas do globo onde a miséria é imensa, fizeram indispensáveis, mesmo de primeira necessidade, objectos de que, até então, ninguém precisava para nada, como é o caso dos telefones portáteis, dos quais não há “pindérico” que não possua pelo menos um, que há quem os tenha de todos os operadores do mercado; e a coisa vulgarizou-se de tal forma que muitos até podem saír para a rua inadequadamente vestidos para o tempo que fizer, esquecer-se dalgum importante documento, mas dificilmente esquecerão de levar consigo o viciante “apêndice”.
E os fabricantes, para quem o vício que sub-repticiamente foram “inoculalando” rende fabulosos lucros, não pararam de sofisticar a coisa, tornando rapidamente obsoletos os anteriores, profundos conhecedores que são da mente humana; como os mais recentes no mercado, nos quais o telefone é secundário, pois são autênticos computadores, custam muito dinheiro, floresceu um negócio que consiste em dar aos velhos uma nova vida, com adaptações à revelia do fabricante da marca, muito acessíveis aos “tesos”, que assim também podem exibir o seu ”smartfone”, desconhecendo completamente os riscos que correm, embora não faltem notícias de acidentes, alguns com perdas de vidas, como aconteceu agora a um espanhol de Navarra que, tendo deixado o “pingarelho” a carregar na mesa de cabeceira, enquanto dormia, aquilo incendiou-lhe a cama e matou-o...
Amândio G. Martins
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