O clima de animadversão que o governo de Israel pretende criar contra o Secretário Geral das Nações Unidas é bem revelador da maldade, prepotência e sentimento de impunidade daqueles dirigentes; é que nenhum ser humano bem formado pode deixar de condenar as miseráveis acções do Hamas naquela noite sangrenta, mas Israel é um Estado, e a um Estado obriga-o o Direito Internacional a saber diferenciar os seus actos dos de um grupo sem lei.
Ao arrepio da hipocrisia geral, que leva os principais actores políticos mundiais a dar uma no cravo e outra na ferradura, António Guterres, não podendo esquecer o que deve à sua honra, disse o que era urgente ser dito por alguém com o seu estatuto naquele cada vez mais desacreditado organismo internacional, para cujo prestígio não tem outro poder que não seja o de exercer com verticalidade o cargo para que foi reeleito.
A demonstração de que foi certeiro no que disse deram-na logo altos cargos da governação israelita que, com as costas quentes, não se coibiram até de exigir a sua demissão imediata, eles que já mataram dezenas de funcionários da ONU cuja missão era tentar ajudar em Gaza aquela gente martirizada, e sempre fizeram “ouvidos moucos” às resoluções das Nações Unidas contra a criação continuada e violenta de colunatos onde lhes estava vedado fazê-lo, expulsando do seu chão os que lá tinham nascido e crescido, gerações inteiras que nunca conheceram outra situação que não a da opressão continuada e cada vez mais violenta de Israel, e a história mostra-nos que violência gera violência...
Amândio G. Martins
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