domingo, 15 de outubro de 2023

Verbos de encher

 

Qualquer cidadão minimamente atento, sem qualquer sentimento “populista”, se apercebe da inutilidade de grande número de deputados no Parlamento, que estão ali apenas para fazer número, e seria o de menos, se não custassem ao país tanto dinheiro; de facto, sendo um sorvedouro de recursos, tal como aquilo funciona, penso que deveria ser criado um novo sistema em que a representatividade dos vários partidos se manteria, em função da votação obtida em eleições, mas sem precisar de manter ali aquela gente toda, autênticos “verbos de encher”, que seriam substituídos por um reduzido número de gente bem qualificada nas diversas áreas do saber, mas cada um com direito a tantos votos quantos os deputados que representasse.

 

Vem isto a propósito do que acabo de ler no JN acerca da manutenção do IVA zero, cuja validade foi prolongada até ao final do ano; quando esta medida entrou em vigor, até mesmo aqueles que vinham pressionando o Governo nesse sentido passaram a criticá-la pela sua ineficácia, que as pessoas não estavam a sentí-la no cabaz de compras, fácil de perceber num contexto em que os preços não paravam de subir, para lá de algum aproveitamento ilícito que sempre acontece, dada a dificuldade em fiscalizar os infractores.

 

Agora que parece determinado o seu fim, lê-se que “os partidos da oposição teceram várias críticas, apontando a falta de eficácia da medida na descida dos preços e alertando para o impacto que o seu fim já anunciado, a partir de janeiro, poderá ter”; e é aqui que os doutos deputados da tal oposição me “partem” todo: então se a medida não foi eficaz, como poderão estar “preocupados” com o eventual impacto do seu fim...

 

Amândio G. Martins

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