O desabafo patente no título acima é da autoria de João Gouveia, Director da Urgência do Santa Maria, em entrevista ao PÚBLICO, no passado sábado. Depois de incontáveis folhetins sobre os desentendimentos entre os profissionais da saúde e o Governo, é caso para perguntar: qual das palavras é que o ministro da Saúde não percebeu? Não ignorando o mar de problemas que afligem o sector, muito para além das questões remuneratórias, e que estão a levar o SNS para uma situação insustentável que pode vir a desembocar na sua própria implosão (tão desejada por quem bem sabemos…), se nos ativermos ao “pormenor” das horas extraordinárias, forçoso é concluir que, se aos médicos é imposto, pelo artº 228º do Código do Trabalho, o limite anual de duração do trabalho suplementar de 150 horas, e que este limite já foi ultrapassado no ano corrente por inúmeros profissionais, resta inquirir o que é que falta para que as autoridades competentes se afinquem em encontrar formas alternativas ao recurso a mais horas extraordinárias, uma vez que está à vista de todos que o problema é estrutural. Não é este o seu dever enquanto servidores da Coisa pública?
Público - 09.10.2023
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