terça-feira, 17 de outubro de 2023

Na carroça da estrumeira

 

A Direita espanhola mais civilizada, durante muito tempo acomodada no Partido Popular, que também foi servindo de abrigo a todo o tipo de saudosistas do fascismo, agora arrebanhados no Vox, não parece incomodada com a deriva do PP para o extremismo, crendo que a actual liderança o faz para tirar a Vox o protagonismo e recuperar lentamente os votantes que lhe fugiram para aí; todavia, tem sido sempre Vox a puxá-los para a “carroça” da ignomínia, ao qual satisfazem todas as exigências, quer para ter o seu apoio em governos autonómicos e autárquicos, quer para remoção de símbolos que há muito tempo homenageavam vítimas do franquismo.

 

De facto, como diz Pedro Sánchez, a Direita e a sua extrema já nem se distinguem na linguagem, quer a competir por quem profere contra ele a “barbaridad más grande” como a destruír e conspurcar não só alguns símbolos da liberdade conquistada há quase meio século, como foi a remoção em Madrid do memorial às “Trece rosas”, treze mulheres que tinham sido fuziladas pelo franquismo, como o “alcalde” Martinez-Almeida acedeu a que fosse também removida da fachada do município a bandeira “arco-íris”, que há muito ali marcava posição, tendo agora aparecido conspurcada a placa em memória do símbolo do sindicalismo livre e fundador das “Comisiones Obreras”, Marcelino Camacho, com a sigla que representa o grito fascista “Arriba España”...

 

Amândio G. Martins

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