Não sei se poderá ser dito que a presidenta da Comunidade de Madrid, Isabel Diaz Ayuso, é uma bruta politicamente bem sucedida, ou bem sucedida precisamente por ser bruta, mas a verdade é que ela não mostra a menor preocupação em poupar nas palavras para agradar; quando o mundo enfrentava a pandemia, deixou morrer sem assistência milhares de idosos que lotavam os lares da sua comunidade, fazendo saír uma ordem que proibia que fossem receber tratamento nos hopitais; quando Pablo Casado assumiu a liderança dum PP desprestigiado pela corrupção e decidiu eliminar à nascença todo e qualquer foco da mesma apontado a alguém no partido - perante informações que denunciavam na Comunidade de Madrid negociatas em que um irmão da presidenta tinha a sua cobertura para contratos que lhe estariam vedados por lei – quis que o assunto fosse investigado a fundo, Ayuso conseguiu levantar contra ele os "barões"" mais influentes e substituíu-o, levando para a liderança um deles que, a ter em conta o rumo das coisas, não perderá pela demora, acabando por ser substituído por ela.
Dominadora na sua comunidade, não esconde a ambição de chegar à chefia do Governo da nação, para o que não poupa ninguém que lhe fale em moderação, usando contra a Esquerda a linguagem mais agressiva; quando o Governo central decidiu que as mulheres que passassem mal durante o período mensal podiam pedir licença no trabalho, Ayuso protestou logo, que seriam milhões de horas de trabalho perdidas, (menos de 500 mulheres pediram esse tempo) acusando a Esquerda de inventar de tudo para não trabalhar e profetizando que se o povo espanhol não afundasse os esquerdistas, eles afundariam Espanha; reclamando ser uma mulher igual a qualquer outra, não via nenhuma necessidade de uma licença para os dias das regras mensais, afirmando que “la única regla que lle interesaba era la regla de três”...
Amândio G. Martins
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