domingo, 25 de fevereiro de 2018

O fascismo , a linguagem e os símbolos

Ontem, em Milão, realizou-se um grande comício eleitoral da extrema direita italiana, sob a "batuta" de Matteo Salvini. Do que li, relevo três aspectos que têm ideias cruzadas com um ponto comum: uma ideologia fascista acobertada por símbolos religiosos. Que, julgo eu, exigem resposta que aguardo (sentado?...). O que disse e fez o homem? Que Marine Le Pen, fascista francesa, é "demasiado laica"; que o "Islão não é uma religião de paz" e... fez um simulacro duma tomada de posse como primeiro ministro, "jurando com um terço numa mão e a Bíblia e a Constituição italiana na outra".
Tenho uma pergunta e uma afirmação a fazer. A primeira é: que tem a hierarquia católica a dizer a isto? Ou vai deixar andar, sob a desculpa que é uma religião "para todos"? A segunda resume-se à citação de Carla Nespolo, no mesmo dia e numa manifestação de sinal contrário, em Roma: perante o real perigo do fascismo, não temos medo do dito mas sim da... indiferença!

Nota: vejo muito o uso da palavra "neofascistas" mas confesso que não percebo. São fascistas mesmo e o prefixo só serve para "adoçar" uns tipos que são "iguaizinhos" aos iniciais de triste memória!

Fernando Cardoso Rodrigues

4 comentários:

  1. Percebo mal esta Democracia italiana, onde um tipo como Berlusconi continua a fazer tropelias. Penso que lhes faz falta uma espécie de Garibaldi, para defender a pátria de tanta porcaria...

    ResponderEliminar
  2. Assustador, sem dúvida. Quando "eles" aparecem a proclamar "os italianos primeiro" (ou americanos, como o outro), é de desconfiar. Tais primarismos e raciocínios ultra-simplistas são sinais evidentes de populismo. E daqui, quem tem memória - ou, se não tem, tem o dever de pesquisar e informar-se, o que, hoje em dia, não é muito difícil - já sabe o que vem atrás. O espantoso nisto tudo é que há pouco mais de setenta anos, o mundo parecia ter aprendido, construindo um simulacro de blindagem a tal tipo de coisas. Puro engano! Tal como após a crise financeira de 1929, já se permitiu a de 2007, e já há quem augure uma nova a muito curto prazo. O bicho-homem é mesmo incorrigível!

    ResponderEliminar
  3. Os vossos considerandos, Amândio e José, são mais que pertinentes. Mas volto a perguntar ao Vaticano se custa muito dizer, alto e bom som: não demos aval nem beneplácito a este senhor para "jurar nem dizer" coisas que vão ao arrepio nossa doutrina! Afinal Francisco não é PioXII e, mesmo que fosse, a Igreja é a mesma.

    ResponderEliminar
  4. Desgraçadamente estamos sem Memória, pelo que se aparecer por aí outro Hitler, vai infelizmente ter mutos adeptos.

    Desde que Trump é eleito e não o querem depor....tudo pode , hoje, acontecer!!!

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.