Só hoje posso voltar ao tema "tolerância do dia 12" pois tive que aguardar a factura relativa ao serviço de enfermagem a que tive que recorrer numa clínica privada nesse dia em virtude do centro de saúde estar encerrado apesar de se tratar dum dia normal de trabalho. Os meus sogros a caminho de completarem um século de idade mas muito debilitados, têm necessidade de serem assistidos de forma bissemanal por pessoal especializado e que por azar um desses dias é precisamente 6ª feira, dia de greves gerais, ou do sector, ou de zelo, etc. Sem necessidade de entrar em pormenores, imaginem alguém com problemas nas vias urinárias em que não se pode deixar o problema para a próxima visita, 3ª feira, tiveram que recorrer ao privado, apesar das dificuldades financeiras devido às baixas reformas. Ultrapassado o problema e em conversa com a profissional, ficamos a saber que estava completamente exausta pois tanto ela como os colegas não tinham mãos a medir para satisfazer tantas solicitações o que não é difícil imaginar. Em casos similares, não seria de estranhar que outros logo associassem esta tolerância a um frete aos privados. Mas não penso nisso. O que penso fazer, isso sim, é pedir que o senhor primeiro-ministro tire nas "Novas oportunidades - O Qualifica" um curso low cost de enfermagem para que na próxima benesse que queira dar aos funcionários públicos, pela certa que é a si que recorreremos seguindo o exemplo dum conhecido jornalista que lhe entregou os quatro filhotes no dia da tolerância e que segundo noticias, o senhor terá desempenhado exemplarmente o papel de babysitter e não ter apresentado factura. Por tudo isto, e exceptuando os beneficiários directos da tolerância, causa-me estranheza que muitos, incapazes de despirem a camisola do partido, defendam tal medida demagógica e eleitoralista que prejudica milhares de cidadãos. Para esses, aqui deixo o provérbio "pimenta no rabo do outro não arde". É que para quem já paga o SNS, custa muito receber estas facturas extra e nada meigas.
Publicada dia 22.05.2017 no DN-M
Ilustração do leitor Paulo Pereira
Estou consigo, mu Caro Jorge Morais. Mas, no caso em apreço, houve algumas 'virgens' que se escandalizaram com o que sobre o assunto, de raspão, eu escrevi.
ResponderEliminarUm sincero abraço, desde os tempos da tu.pa.el e Tecidos Vitória (que secreto código será este?) até aos dias de hoje.
Amigo José Amaral, é sempre bom “vê-lo” por estes lados com os seus originais ou comentários. Sobre o caso da minha carta, trata-se dum facto verídico e que infelizmente é repetitivo pois com um dos dias das visitas às sextas-feiras - dia escolhido para prolongamento de fins-de-semana, apanhamos por tabela sempre que tal acontece. Se a maioria da vezes as greves são justificadas, e nós dizemo-lo aos enfermeiros, a escolha da sexta-feira deita por terra o nosso apoio. Sobre o código secreto que refere, por sê-lo, e por se terem passado 56 anos, e agora sabendo ao que se refere, ficamos por aqui.
EliminarInconvenientes, claro que houve. Mas podia ter recorrido ao SASU (Serviço de Atendimento a Situações Urgentes) ou a urgência de hospital...
ResponderEliminarSem deixar de lhe agradecer os seus conselhos, peço que registe o seguinte: telefonamos para esses dois serviços tendo-nos sido desaconselhado tal o pandemónio que se vivia por lá. Mesmo assim, teríamos que recorrer a uma ambulância dos bombeiros com custos de ida/volta. Assim, entendemos que o melhor seria recorrer a uma clinica privada com serviço domiciliário. Posto isto, mantém a sua opinião? Aproveitando para renovar os meus agradecimentos ao seu conselho e ao dispor,
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