domingo, 5 de maio de 2019

Mérito para dar e (por) vender


O mérito é um conceito que comove toda a gente. Perdoa-se que os “meritórios” subam nas respectivas carreiras e até que ganhem muito acima dos colaboradores ou, nalguns casos, dos próprios patrões. É normal que, na sociedade actual, sobretudo nas empresas, o mérito seja aferido pela obtenção dos maiores lucros possíveis, tornados o único objectivo a cumprir.
Quando a empresa pertence ao foro público, com objectivos mais diversificados, e os lucros são obtidos com ardilosos estratagemas, como, por exemplo, fechar serviços pouco rentáveis e encarecer taxas e comissões, tudo à custa de cidadãos pobres, indefesos e sem alternativas, parece-me mais ser autismo social do que mérito no trabalho desenvolvido. A juntar a isto, se referirmos a obtenção de lucros ou mais-valias à custa de património que já existia, e para a obtenção do qual nada se contribuiu, como foi a venda de quase um quarteirão da baixa pombalina lisboeta a um grupo hoteleiro, francamente, os encómios dirigidos a Paulo Macedo pelo volume dos lucros da CGD fazem-me lembrar aqueles mirabolantes prémios internacionais com que foi galardoado o “desaparecido” Zeinal Bava. Mérito?    


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parece-me é que a “ métrica “ para avaliar o mérito não está a ser bem escolhida 🤔🤔

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  3. Segundo texto lido hoje no blogue... segundo "tiro na mouche"! Porque será que me veio logo à cabeça o Serviço Nacional de Saúde?... E as carreiras médicas que tudo estruturaram e a falta delas que tudo destruiram? Não "vou à bola" com Vasco Pulido Valente mas foi o único ( dos muitos que li) que, ontem, no seu "Diário" do PÚBLICO, toca nisso, no cerne desta discussão onde as PPP Fizeram figura de núcleo do problema. Como diz a Lúcia, a "métrica" agora é outra...

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