domingo, 30 de janeiro de 2022

Radicais livres


No passado dia 26 de Janeiro, a Sociedade Portuguesa de Autores entregou a Rui Pego (moderador), Jaime Nogueira Pinto e Pedro Tadeu o prémio com que os distinguiu pelo Melhor Programa de Rádio de 2021. Independentemente da qualidade interventiva dos protagonistas, toda ela eivada de conhecimento, ponderação e cultura, é de realçar o profundo respeito mútuo que se sente pairar na atmosfera que respiram. Oriundos de quadrantes ideológicos muito diferentes, para não dizer opostos, fazem sempre gala em discutir com elevação os temas que connosco partilham, semanalmente, na Antena 1. Como eles próprios dizem, conseguem “conversar com racionalidade”, tarefa cada vez mais difícil nos tempos que correm, apesar de não ser impossível, como se constatou maioritariamente na faina eleitoral que percorremos neste início de ano, abstraindo de alguns espécimenes que, esperemos, sejam raros e em vias de extinção. Não obstante, o futuro que aí vem aconselha apurada vigilância, porque não faltam extremistas sem qualquer capacidade para despir a unipolaridade do seu radicalismo ou para alijar a vontade de subjugar tudo e todos à magnificência do seu “insuperável” pensamento, se bem que, na realidade, este não passe de um amontoado de simplismos ao agrado dos populistas. 


Público - 31.01.2022


PS - Já aqui no blogue tive oportunidade de me referir a este notável programa da Antena 1, mais concretamente em 17.05.2016 e em 20.06.2019, sendo que, da última vez, para o fazer pela pior razão: a morte de Rúben de Carvalho, fundador do programa, que viria a ser substituído por Pedro Tadeu. 


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